Caso Maddie: Dez anos depois, PJ nega pressões políticas
Nas vésperas do décimo aniversário do desaparecimento de Madeleine McCann, a direcção da Polícia Judiciária desmente que tenha havido pressões políticas de Londres e de Lisboa no decurso da investigação. O caso continua por resolver.
O director adjunto da Polícia Judiciária garantiu que a PJ nunca sofreu pressões políticas durante a investigação sobre o desaparecimento, em 2007, de Madeleine McCann e que as criticas à actuação da polícia não afectaram o trabalho.
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O director adjunto da Polícia Judiciária garantiu que a PJ nunca sofreu pressões políticas durante a investigação sobre o desaparecimento, em 2007, de Madeleine McCann e que as criticas à actuação da polícia não afectaram o trabalho.
"A Polícia Judiciária não sentiu qualquer pressão política das autoridades inglesas e menos ainda das portuguesas para agir desta ou daquela maneira. Essa pressão não existiu de todo", afirmou Pedro do Carmo, em entrevista à agência Lusa, a propósito dos 10 anos sobre o desaparecimento da criança inglesa Madeleine McCann, no Algarve.
Durante o processo, a PJ seguiu várias linhas de investigação, tendo chegado a constituir arguidos os pais da criança, o que mereceu críticas, nomeadamente dos órgãos de comunicação social ingleses, mas Pedro do Carmo entende que não tiveram "qualquer consequência ou impacto na investigação".
O responsável explicou que, "para a Polícia Judiciária, é importante, enquanto for possível esclarecer o caso, continuar o seu trabalho", reconhecendo que o desaparecimento de Maddie foi um caso "único na história da PJ e na do país",
"Porque se trata de uma criança desaparecida e eventualmente podemos estar perante um crime que ainda não foi esclarecido, temos todo o interesse em saber o que se passou, porque é dessa forma que podemos tirar as lições para situações futuras", frisou.
Neste caso, avançou, "ainda não chegámos a esse ponto o que faz com que, de facto, seja um caso único e isso justifica o empenho e a persistência da PJ. É isso que nos mobiliza e mantém determinados e imunes a qualquer pressão seja política ou mediática".
Apesar de a polícia ter consciência de que, à medida que o tempo passa, torna-se mais difícil alcançar respostas ou resultados, continua a investigar o caso, através de uma equipa da directoria do Porto, com Pedro do Carmo a dizer que "ainda há razões para ter esperança".
O desaparecimento de Maddie continua a ser investigado pela PJ e pela Metropolitan Police, existindo, nas palavras do director adjunto da Polícia, "uma relação próxima, de cooperação, mas com separação entre as equipas e grau de independência".
O facto de o mistério permanecer volvidos dez anos leva Pedro do Carmo a admitir que este caso é "uma pedra no sapato da PJ" e que ainda é prematuro fazer uma análise sobre como decorreu todo o processo de investigação.
A 3 de Maio de 2007, Maddie de três anos, desapareceu do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos (mais novos) num apartamento de férias no Algarve.
No início da investigação a PJ chegou a constituir como arguido Robert Murat, um britânico que vivia nas proximidades do Ocean Club e que havia participado nas buscas e sido intérprete da GNR e da PJ.
Em Setembro os pais de Maddie, ambos médicos, são interrogados na PJ de Portimão e constituídos arguidos.
A 21 Julho de 2008, o Ministério Público decidiu arquivar o inquérito e retirar o estatuto de arguidos ao casal McCann e a Robert Murat, ressalvando que o caso poderia ser reaberto caso surgissem "novos elementos de prova".
O inquérito foi reaberto e corre termos na secção de Portimão do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Faro, e, enquanto titular da acção penal, o Ministério Público, dirige e acompanha todas as diligências, disse à Lusa a Procuradoria Geral da República.