António Costa diz que corrida à Agência Europeia do Medicamento "não é fácil"
Há mais de vinte países candidatos a acolher a sede da Agência Europeia do medicamento. Decisão é tomada no fim deste ano.
O primeiro-ministro, António Costa, admitiu este sábado em Bruxelas que a candidatura de Portugal a acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento “não é fácil”, tendo em conta a numerosa concorrência, mas afirmou-se convicto de que Lisboa tem os seus trunfos.
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O primeiro-ministro, António Costa, admitiu este sábado em Bruxelas que a candidatura de Portugal a acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento “não é fácil”, tendo em conta a numerosa concorrência, mas afirmou-se convicto de que Lisboa tem os seus trunfos.
Em declarações à chegada a um Conselho Europeu especial a 27 para a adopção das orientações da União Europeia para as negociações sobre o Brexit, António Costa recordou que vai formalizar neste sábado a candidatura de Portugal a acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla original), uma das agências que deverão abandonar Londres no contexto da saída do Reino Unido da União Europeia.
“Como sabe, há vinte e muitos candidatos, creio que quase todos os Estados-membros, menos dois, são candidatos, portanto vai ser uma candidatura que não é fácil. Mas sem concorrer não é possível ganhar, e portanto é necessário concorrer para ver se no final ganhamos”, disse, enumerando de seguida alguns dos trunfos da candidatura portuguesa, a começar pela proximidade a Londres, ainda sede da agência.
Segundo o chefe de Governo, existe, “desde logo, o trunfo que é menor deslocação relativamente a Londres”, com o mesmo fuso horário e somente “duas horas de distância”, o que significa “uma pequena deslocação relativamente à situação onde as pessoas estão actualmente”.
“[Portugal] É um país seguro, onde não há qualquer risco de sairmos da União Europeia, onde a segurança é um valor muito importante. Temos excelentes ligações internacionais, não só para a Europa como para os outros continentes, o que para a indústria farmacêutica, que tem um peso importante em outros continentes, é obviamente um factor importante”, prosseguiu.
O primeiro-ministro sublinhou que a EMA “é uma agência importante, não só do ponto de vista do número de técnicos europeus que fixaria em Portugal, como sobretudo pela movimentação que tem”, o que contribuiria “para reforçar Portugal como referência de ponto de encontro de congressos e de reuniões internacionais”.
Quanto à eventual localização concreta da sede da agência, indicou que se está a trabalhar no sentido de “identificar soluções de edifícios [em Lisboa] que permitam uma localização imediata e operacional”, lembrando que “é necessário dispor de cerca de 20 mil metros quadrados imediatamente”.
O Conselho de Ministros aprovou na passada quinta-feira a candidatura de Portugal a sede da Agência Europeia do Medicamento, com o objectivo de a instalar em Lisboa, uma vez que devido à saída do Reino Unido da União Europeia a entidade terá que ser relocalizada.
“A saída do Reino Unido da União Europeia determina a relocalização das agências europeias sediadas em Londres, entre as quais a EMA, uma das maiores e mais importantes agências europeias, que tem como missão promover a excelência científica na avaliação, supervisão e monitorização da segurança dos medicamentos cuja utilização se destine à União Europeia e Espaço Económico Europeu”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.
A sede da Agência Europeia do Medicamento - cuja decisão da nova localização será tomada em Dezembro pela União Europeia - é, segundo o Governo, “um factor de prestígio para o país que a acolhe e tende a actuar como pólo de atracção da presença da indústria farmacêutica, potenciando, em particular, as áreas de investigação e desenvolvimento e os ensaios clínicos”.
Entre as muitas cidades candidatas contam-se Bruxelas, Barcelona, Milão, Amesterdão, Atenas, Dublin, Copenhaga e Estocolmo.