Papa diz que o único "fanatismo permitido por Deus é o da caridade"
Perante uns cerca de 25 mil fiéis, congregados num estádio controlado pelos militares no Egipto, Papa voltou a condenar o extremismo.
Numa missa celebrada este sábado, num estádio militar da cidade do Cairo, sob fortes medidas de segurança, a mensagem do Papa Francisco não podia ter sido mais clara: "O único extremismo permitido por Deus a um crente é o da caridade. Qualquer outro extremismo não vem de Deus e não lhe agrada".
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Numa missa celebrada este sábado, num estádio militar da cidade do Cairo, sob fortes medidas de segurança, a mensagem do Papa Francisco não podia ter sido mais clara: "O único extremismo permitido por Deus a um crente é o da caridade. Qualquer outro extremismo não vem de Deus e não lhe agrada".
Denunciando aqueles que vivem de "falsas aparências", porque apregoam a fé e agem de forma contrária dentro de portas, o Papa sublinhou que "Deus detesta a hipocrisia", para concluir: "Para Deus é melhor não crer que ser um falso crente, um hipócrita".
Estas palavras foram proferidas no âmbito de uma viagem de elevado peso simbólico ao Egipto - país marcado por um complexo puzzle de religiões e conflitos. À missa papal afluíram cerca de 25 mil fiéis, de acordo com o relato das agências internacionais, o que representa cerca de 0,31% da população egípcia. Isto poucos dias depois dos atentados do Domingo de Ramos, reivindicados pelo Daesh, em que morreram pelo menos quatro dezenas de fiéis.
E, para entender melhor o esforço diplomático e ecuménico que está a ser feito por Francisco, basta recordar que a Al-Azhar, a instituição que representa o islão sunita, cortou pela segunda vez relações com Bento XVI quando este pediu, em 2011, uma maior protecção da minoria cristã, após um atentado ocorrido na véspera de Ano Novo numa igreja e que matou mais de 20 pessoas.
Sexta-feira, no início daquela que é a segunda visita de um Papa ao Egipto - João Paulo II esteve no Cairo em 2000 -, o Papa afirmou que a educação é fundamental para prevenir a violência cometida em nome da religião, dizendo que se isso falhar jamais se conseguirá estancar o extremismo, que equiparou a uma epidemia.