Tesouro quer antecipar pagamento de 6500 milhões ao FMI em 2018
Planos de pagamento ao FMI acelerados face ao que estava previsto em Fevereiro.
O Tesouro português pretende realizar durante o próximo ano a amortização antecipada de mais 6500 milhões de euros relativos ao empréstimo do FMI, prolongando uma estratégia que tem como objectivo a redução da despesa com juros assumida pelo Estado português.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Tesouro português pretende realizar durante o próximo ano a amortização antecipada de mais 6500 milhões de euros relativos ao empréstimo do FMI, prolongando uma estratégia que tem como objectivo a redução da despesa com juros assumida pelo Estado português.
De acordo com uma nota enviada esta sexta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública –IGCP a investidores internacionais, a nova estratégia de financiamento do Tesouro passa por pagar, já em 2018, mais 6500 milhões de euros do empréstimo do FMI, apesar de o prazo definido inicialmente não prever qualquer amortização nesse ano.
Este número representa um acréscimo face ao valor que estava previsto numa outra nota enviada a investidores no passado mês de Fevereiro, quando o IGCP apontava para uma amortização antecipada de apenas 3500 milhões de euros no próximo ano.
Para além disso, para 2019, prevê-se agora que se proceda a pagamentos ao FMI da ordem dos 3200 milhões de euros, apesar de o calendário previsto apontar para esse ano um valor de apenas 2500 milhões. Isto é, haverá mais 700 milhões de euros de amortizações antecipadas.
Deste modo, no total, o IGCP está a prever realizar nos próximos dois anos pagamento antecipados de 7200 milhões de euros.
Este valor está em linha com aquilo que é recomendado pelo grupo de trabalho para a sustentabilidade da dívida, que aconselha o Governo a antecipar pagamento ao FMI, para assim obter poupanças com os juros que são mais altos nos empréstimos concedidos pelo Fundo. Nos últimos anos, esta tem sido já uma estratégia seguida pelo Tesouro português.