Técnicos do INEM fazem mais horas extras para assegurar socorro nocturno no Verão
Reorganização que ia implicar paragem nocturna de ambulâncias em vários concelhos do país foi suspensa.
Face à polémica desencadeada com o anunciado encerramento nocturno de Ambulâncias de Emergência Médica (AEM), os técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) comprometeram-se a assegurar os turnos em falta, prolongando o horário de trabalho. Assim, não vai ser necessário parar “qualquer meio de emergência do instituto”, como estava previsto no plano de reorganização do horário de funcionamento de ambulâncias, garantiu nesta sexta-feira o INEM em comunicado.
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Face à polémica desencadeada com o anunciado encerramento nocturno de Ambulâncias de Emergência Médica (AEM), os técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) comprometeram-se a assegurar os turnos em falta, prolongando o horário de trabalho. Assim, não vai ser necessário parar “qualquer meio de emergência do instituto”, como estava previsto no plano de reorganização do horário de funcionamento de ambulâncias, garantiu nesta sexta-feira o INEM em comunicado.
Trabalhar mais horas extraordinárias foi a solução encontrada para evitar que as ambulâncias de emergência médica não circulassem durante a noite em vários concelhos do país (Maia, Guimarães, Chaves, Espinho, Covilhã, Aveiro, Anadia e Amadora), como noticiou nesta sexta-feira o Jornal de Notícias.
Os trabalhadores que tripulam estas ambulâncias manifestaram disponibilidade para fazerem turnos extras, de modo a que seja possível manter os horários nocturnos, confirmou ao PÚBLICO Pedro Moreira, do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH). Desta forma, a anunciada reorganização, que ia entrar em vigor já na próxima segunda-feira, ficou sem efeito, após uma reunião com o sindicato no Ministério da Saúde, no dia anterior. “Os trabalhadores vão fazer um sacrifício para manterem os meios operacionais”, assegurou Pedro Moreira, notando que este esforço vai durar até que os dois concursos que estão a decorrer no instituto (para técnicos de emergência pré-hospitalar e para assistentes técnicos) estejam concluídos.
O INEM tinha decidido fazer esta reorganização justamente para resolver o problema da falta de meios técnicos que são imprescindíveis para dar resposta na fase crítica dos incêndios que se avizinha. O socorro nocturno passaria a ser assegurado pelos bombeiros de cada um dos concelhos afectados, uma solução que tem sido contestada pela população e gerou uma onda de críticas de autarcas e candidatos a autarcas.
O sindicato comprometeu-se a “promover as disponibilidades dos profissionais” para assegurar “a operacionalidade dos turnos das AEM no período nocturno”, explica o INEM, acrescentando que o plano era temporário (duraria até Dezembro, altura em que está prevista a entrada dos novos técnicos de emergência pré-hospitalar, na sequência de um concurso aberto em Fevereiro ) e ia aplicar-se inicialmente "a 15 das 56 AEM" do instituto. Estas ambulâncias são tripuladas por técnicos de emergência pré-hospitalar.
A ideia era "racionalizar a complementaridade existente entre as ambulâncias do INEM e dos seus parceiros – sobretudo corporações de bombeiros mas também delegações da Cruz Vermelha Portuguesa [CVP] – no Sistema Integrado de Emergência Médica" , lê-se no comunicado do INEM, em que se recorda que o sistema é composto por 622 meios, actualmente. O INEM lembra ainda que as corporações de bombeiros e as delegações da CVP asseguram mais de 80% dos serviços de emergência médica no continente.
Na sequência das notícias, o grupo parlamentar do PSD anunciou, entretanto, que requereu a audição do ministro da Saúde com carácter de urgência no Parlamento, para que dê explicações sobre esta matéria. A reorganização anunciada, justifica o PSD, "consiste num verdadeiro racionamento dos meios de emergência do INEM". O Bloco de Esquerda pediu igualmente esclarecimentos sobre a reorganização.