Austrália proíbe venda de cosméticos testados em animais
A comercialização de cosméticos, perfumes, maquilhagens e até pastas de dentes que tenham sido testadas em animais ou possuam componentes de origem animal será proibida, a partir de Julho, na Austrália
Mais uma boa notícia para os animais: o Governo australiano aprovou uma lei que vai proibir a venda de qualquer cosméticos que tenha sido previamente testado em animais ou que contenha algum produto de origem animal.
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Mais uma boa notícia para os animais: o Governo australiano aprovou uma lei que vai proibir a venda de qualquer cosméticos que tenha sido previamente testado em animais ou que contenha algum produto de origem animal.
Em 2015, a Nova Zelândia baniu por completo as experiências com cosméticos em animais e, agora, a Austrália está a trabalhar numa lei similar que será implementada em Julho deste ano. A nação australiana irá, assim, juntar-se a vários países da União Europeia que também pretendem efectivar as medidas de proibição de testes de cosméticos em animais, como a Noruega, a Turquia e Israel.
Devido à insistência de diversos grupos comunitários e da campanha #BeCrueltyFree (Sê livre de crueldade), todos os cosméticos testados em animais serão banidos. A realidade é que ainda são várias as marcas que usam animais para testar os seus produtos e, por esse motivo, a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) criou uma lista de todas as marcas “cruelty free”, ou seja, marcas que não usam animais nas suas experiências.
A Sociedade Internacional Humana declara que o Governo liberal da Austrália atraiu o apoio de quase todo o país com esta reforma legislativa. O ministro adjunto de saúde australiano, Ken Wyatt, anunciou a medida em Junho de 2016 e declarou que testar produtos cosméticos em animais não se revela uma necessidade e, inclusivamente, “muitos países, incluindo a União Europeia, já proibiram o uso de produtos testados em animais”.
Esta nova lei terá algum impacto e deve afectar grandes marcas e variadas gamas, como é o caso da L’Oreal, Avon, Chanel, Shiseido, Colgate, Estée Lauder e Johnson & Johnson.
No entanto, produtos que já se encontram à venda nos estabelecimentos comerciais não poderão ser retirados do mercado. A lei irá fiscalizar, apenas, os novos produtos e, tal como o governo australiano garantiu, a fiscalização será de extremo rigor. O objectivo é que a exclusão no mercado se dê de forma progressiva.
A lei representa um grande avanço, ainda que os testes em animais, quando se trata de desenvolver medicamentos, continuem a ser permitidos. Segundo estatíticas relativas a 2015 do Animals Australia, estima-se que cerca de 10.27 milhões de cobaias sejam, anualmente, usadas na Austrália para testes de produtos cosméticos. Mundialmente falando, o número de animais utilizados neste género de experimentações é avassalador, segundo dados do site Cruelty Free Internacional — no mínimo, 115 milhões. Pesquisas apontam ainda que os países que mais recorrem ao uso de animais como cobaias são, por ordem, os Estados Unidos da América, Japão, China, Austrália, França, Canáda, Reino Unido, Alemanha, Taiwan e Brasil.
Em Portugal, tal como o P3 escreveu no ano passado, a ANIMAL (organização não-governamental) criou uma campanha para acabar com a experimentação animal, apelidada de "Pat-ição". Até ao momento, 68.143 pessoas assinaram, mas continua a não ser o suficiente.