CaixaBank: "Estamos muito satisfeitos com a rede de balcões" do BPI
Fernando Ulrich e Pablo Forero fizeram esta quinta-feira a análise do momento de transição no banco. E falaram de Angola, despedimentos, redução de balcões e da marca BPI. Cada um com uma gravata da sua cor.
O novo chairman do BPI, Fernando Ulrich, notou, esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que a alienação do controlo do BFA à Unitel, de Isabel dos Santos, teve já “várias consequências” nas contas trimestrais do banco, “porque foi nesse período que a operação ficou concluída”. E evidenciou duas: “Uma mais-valia na venda e, depois, pelo facto de o BPI ter deixado de controlar o BFA, deixou de consolidar a operação integralmente nas suas contas”.
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O novo chairman do BPI, Fernando Ulrich, notou, esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que a alienação do controlo do BFA à Unitel, de Isabel dos Santos, teve já “várias consequências” nas contas trimestrais do banco, “porque foi nesse período que a operação ficou concluída”. E evidenciou duas: “Uma mais-valia na venda e, depois, pelo facto de o BPI ter deixado de controlar o BFA, deixou de consolidar a operação integralmente nas suas contas”.
Já o substituto de Ulrich, sentando a seu lado, comentou o envolvimento futuro do BPI em Angola recordando que “[o BFA] foi um investimento fantástico. Os números são conhecidos. O BPI investiu 3,3 milhões e recebeu mil milhões de euros de retorno e ainda tem uma posição que vale 450 milhões no balanço.”
Pablo Forero acrescentou que, embora o Banco Central Europeu (BCE) tenha recomendado ao BPI continuar a desinvestir de Angola, “isto não é uma obrigação”, será antes “um processo de longo prazo” que não “contempla uma saída total de Angola”. Mas reconheceu que será uma “redução [da participação] que deixe tranquilo o conselho de administração do BPI e a supervisão”: “Temos de fazer algo, mas não está nas nossas mãos. Temos que negociar com o BFA”. E concluiu que a “solução não será fácil, nem será rápida. Se assim fosse já a teríamos obtido em 2016”.
Outro tema abordado no encontro foi o da redução do número de balcões e de trabalhadores. E aí foi Ulrich que veio elucidar que o BPI nunca despediu ninguém e que todas as saídas foram negociadas e voluntárias. “O BPI só despede pessoas em resultado de processos disciplinares”, sempre privilegiou “as reformas antecipadas voluntárias”. Uma prática que o seu sucessor veio validar e garantiu que é para “manter”. No prospecto de emissão da OPA, o CaixaBank avançou com a necessidade de aplicar um corte no quadro de pessoal do BPI abrangendo 900 trabalhadores, tendo “cerca de 30 já assinado a sua saída no primeiro trimestre”.
Interrogado sobre se irá continuar o ajustamento na rede comercial (fecho de agências) seguido pela anterior comissão executiva, que ontem terminou funções, Forero disse: “Os 500 balcões que hoje temos é um número razoável. Estamos muito satisfeitos com a dimensão da rede de balcões”. E deu como provável fechar as contas de 2017, “com uma descida dos custos de 138 milhões de euros.” Entre Janeiro e Março, os custos com pessoal, excluindo as reformas antecipadas e as indemnizações, tombaram 8,5% (o equivalente a 6,2 milhões de euros), para 66,8 milhões.
Confrontado com a questão inevitável sobre se o CaixaBank vai deixar cair a marca BPI e assumir a de CaixaBank, Forero respondeu assim: “Ainda não começámos a discutir o tema, nem foi constituída uma equipa para tratar deles. Mas qualquer mudança de marca implica muitos investimentos.” Quando, no final dos anos noventa, o Santander comprou o Banco Totta e Açores garantiu que a marca era para preservar, quatro anos depois, substitui-a por Santander (e deixou o Totta como ponto de continuidade).
O que não passou despercebido foi que a ladear Fernando Ulrich, com uma gravata cor de laranja, a cor do BPI, estavam o espanhol Pablo Forero e José Amaral, que continuará na comissão executiva. E estes dois últimos ostentavam gravatas azuis claras, a cor do CaixaBank.