Astronomia, de Mário Cláudio, vence Prémio D. Diniz da Casa de Mateus

Júri constituído por Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral e Pedro Mexia decidiu prémio por unanimidade.

Foto
Mário Cláudio Diogo Baptista

O romance Astronomia, de Mário Cláudio, é o vencedor do Prémio D. Diniz 2017, da Fundação da Casa Mateus, anunciou esta quarta-feira esta instituição de Vila Real, promotora do galardão.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O romance Astronomia, de Mário Cláudio, é o vencedor do Prémio D. Diniz 2017, da Fundação da Casa Mateus, anunciou esta quarta-feira esta instituição de Vila Real, promotora do galardão.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a fundação "informa que o júri do Prémio D. Diniz, constituído por Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral e Pedro Mexia, atribuiu, por unanimidade, o prémio de 2017 a Mário Cláudio, pelo seu livro Astronomia".

No ano passado, o mesmo livro fora referenciado pelo júri do Prémio Estoril Sol/Fernando Namora como um romance de "muito apreço", não tendo porém recebido o galardão, que foi para Flores, de Afonso Cruz.

Segundo as Publicações D. Quixote, que editaram Astronomia no ano passado, "este é o romance da vida do Mário Cláudio, um livro sobre três fases da vida de um homem, que não por acaso é o próprio escritor". O livro divide-se "em três partes: Nebulosa, Galáxia, Cosmos".

Referindo-se à obra, adianta a editora do grupo LeYa: "No escritório da casa demolida, o velho, munido de uma pena, recorda agora o menino que foi, a nebulosa infância cheia de interditos, porque os perigos rondavam e, se não eram os gelados ou o soalho acabado de encerar, podiam ser as visitas do tio-anjo, morto aos três anos, ou até a intimidade com as criadas, acusadas de trazerem para dentro de casa o papão da tuberculose e 'os bichos ferozes e as caverninhas' do pecado, castigado, evidentemente, com o fogo eterno".

O anterior romance distinguido com o Prémio D. Diniz foi As Luzes de Leonor, de Maria Teresa Horta, em 2012, tendo a autora recusado receber o galardão, em Setembro do mesmo ano, das mãos do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que acusou de estar empenhado em destruir o país.

Mário Cláudio é o pseudónimo do escritor Rui Manuel Pinto Barbot Costa, de 75 anos, nascido no Porto, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, diplomado como Bibliotecário-Arquivista pela Faculdade de Letras da mesma Universidade, e Master of Arts em Biblioteconomia e Ciências Documentais pela Universidade de Londres.

Mário Cláudio assina uma multifacetada obra que abarca ficção, crónica, poesia, dramaturgia, ensaio, e se encontra traduzida em várias línguas.

O autor foi já distinguido com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, por duas vezes, e os prémios PEN Clube, Eça de Queiroz, Vergílio Ferreira, Fernando Namora e Pessoa.

A entrega do galardão realiza-se no dia 18 de Junho, pelas 18h30, numa sessão solene presidida pelo Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, na Casa de Mateus, em Vila Real. Às 19h30 horas, a fadista Katia Guerreiro actua, num "concerto de homenagem a Vasco Graça Moura" (1942-2014), que presidiu ao júri do Prémio D. Diniz desde a sua instituição, em 1981, até 2012.

Agustina Bessa-Luís, com O Mosteiro, e Almeida Faria, com Lusitânia, receberam em ex-aequo, a primeira edição do Prémio D. Diniz.