EUA aceleram instalação de sistema antimíssil na Coreia do Sul
Início do transporte dos materiais para a construção do THAAD despertou críticas da China, de um candidato às eleições e dos moradores.
As forças norte-americanas estacionadas na Coreia do Sul iniciaram esta quarta-feira a instalação do sistema antimíssil destinado a proteger o país de potenciais bombardeamentos norte-coreanos. O Pentágono decidiu avançar mais cedo para a construção da estrutura, apesar dos protestos da China, de um candidato presidencial da Coreia do Sul e dos residentes daquele país.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As forças norte-americanas estacionadas na Coreia do Sul iniciaram esta quarta-feira a instalação do sistema antimíssil destinado a proteger o país de potenciais bombardeamentos norte-coreanos. O Pentágono decidiu avançar mais cedo para a construção da estrutura, apesar dos protestos da China, de um candidato presidencial da Coreia do Sul e dos residentes daquele país.
O comandante das forças norte-americanas na Ásia-Pacífico, almirante Harry Harris, disse esperar que o THAAD, sigla pela qual é conhecido o sistema anti-míssil, estivesse operacional “dentro de alguns dias”, durante uma audiência no Congresso dos EUA.
A China é muito crítica do THAAD por recear vir a ser utilizado para pôr em causa a sua própria segurança. “A China pede aos EUA e à Coreia do Sul para que cessem as acções que agravam as tensões regionais e que colidem com os interesses estratégicos de segurança chineses, e que cancelem a instalação do sistema THAAD e removam o equipamento”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, citado pela Reuters.
A antecipação da instalação do THAAD foi criticada pelo candidato favorito às eleições presidenciais de 9 de Maio, o liberal Moon Jae-in, que disse que a decisão “ignorou a opinião pública e os procedimentos devidos”. A potencial vitória de um candidato liberal – tradicionalmente mais defensores de uma política de diálogo com Pyongyang e críticos da presença militar norte-americana na Coreia do Sul – é uma das principais preocupações em Washington e terá sido uma das razões para que a construção fosse já iniciada.
Não foi só apenas ao nível político que a oposição ao THAAD se ouviu. Centenas de moradores de Seongju entraram em confronto com a polícia, enquanto protestavam contra o transporte do equipamento para a colina onde será instalado. Muitos dos manifestantes levavam cartazes onde se lia “Não ao THAAD, não à guerra” e “Hey, EUA! Vocês são amigos ou ocupantes?”, descreve a agência Yonhap.
O início da construção do THAAD coincide com um período de agravamento da tensão na península coreana. Os EUA estão a realizar manobras militares com o Japão enquanto o regime de Pyongyang continua a fazer exibições de força – esta terça-feira, o Exército do Povo fez exercícios de artilharia para assinalar o aniversário da sua fundação. O Presidente norte-americano, Donald Trump, convocou os cem senadores para uma reunião pouco comum na Casa Branca sobre a situação na Coreia do Norte.