Bruno de Carvalho irá processar Filipe Vieira sem "qualquer dúvida"
Em causa estão as declarações no final do jogo de sábado, que o presidente "leonino" considerou responsabilizarem-no pela morte de um adepto sportinguista junto ao Estádio da Luz.
A guerra entre "águias" e "leões" não parece estar a abrandar e as trocas de acusações (e processos) continuam. Depois de Luís Filipe Vieira ter anunciado que irá processar o presidente "leonino", é agora Bruno de Carvalho que vai processar o presidente do Benfica. A informação foi confirmada por Bruno de Carvalho à saída da reunião com os líderes da Federação Portuguesa de Futebol e Liga de Clubes para discutir o estado do futebol português.
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A guerra entre "águias" e "leões" não parece estar a abrandar e as trocas de acusações (e processos) continuam. Depois de Luís Filipe Vieira ter anunciado que irá processar o presidente "leonino", é agora Bruno de Carvalho que vai processar o presidente do Benfica. A informação foi confirmada por Bruno de Carvalho à saída da reunião com os líderes da Federação Portuguesa de Futebol e Liga de Clubes para discutir o estado do futebol português.
As declarações de Luís Filipe Vieira depois do final do encontro das duas equipas no sábado, que acabou com um empate a uma bola, são a base do processo. Em causa está o comentário do presidente das "águias" à morte de um adepto sportinguista italiano, Marco Ficino, atropelado nas imediações do Estádio da Luz, na véspera do derby entre o Benfica e Sporting. Quando abordado pelos jornalistas, o presidente benfiquista questionou: “Quem incendiou o futebol português nos últimos quatro anos?”
Bruno de Carvalho considerou que, com estas afirmações, o presidente das "águias" lhe atribui a responsabilidade pela morte do italiano de 41 anos e é taxativo. “Não há qualquer dúvida [de que o Sporting avançará com uma queixa-crime]”, garantiu.
“Quando me tentam imputar um crime a mim, estão a ofender-me a mim e à minha família”, continuou o presidente dos “leões”. “[É] do mais reles possível fazer uma coisa dessas”, acrescentou.
Além disso, a comparação de Bruno de Carvalho com Vale e Azevedo feita por Luís Filipe Vieira, após o encontro entre as duas equipas no último sábado, é outra das razões que sustentam a queixa-crime. "Há 15 ou 16 anos tivemos, dentro da nossa casa, um mentiroso compulsivo e demagogo e soubemos recuperar o Benfica e trazê-lo para onde está hoje. Quando recebi a carta do Sporting [na qual Bruno de Carvalho convidou Vieira a sentar-se na tribuna], recordei-me desses tempos, de gente populista e mentirosa compulsiva", disse Luís Filipe Vieira, no final do jogo.
A referência ao antigo presidente das "águias" não é uma novidade. Foi, aliás, o motivo pelo qual Vieira anunciou um processo contra o homólogo "leonino". Num post escrito pelo presidente do Sporting no Facebook, Bruno de Carvalho acusou Vieira de se esconder “atrás de um Vale e Azevedo para tudo". “Mas veremos se não se tornarão vizinhos quando deixar de ser presidente do Benfica”, acrescentou.
Sobre o encontro com Fernando Gomes e Pedro Proença Bruno de Carvalho sublinhou a importância de Portugal ser um “pioneiro” na criação de uma comissão que avalie a justiça de “lances muito concretos”, através da ajuda de imagens.
“As pessoas têm de ser imparciais, os processos têm de ser mais rápidos”, acrescentou Bruno de Carvalho. “O que queremos é o bem do futebol e não do Sporting especificamente”, sublinhou.
As declarações surgem um dia depois de Bruno de Carvalho ter assinalado o Dia da Liberdade para destacar que “a indústria do futebol é, claramente, um dos sectores em que o 25 de Abril ainda não se cumpriu por completo”. “Há ainda quem não tenha percebido, certamente por conformismo ou porque beneficia do estado actual das coisas, a necessidade imperiosa de uma revolução pacífica, porém disruptiva e estruturante, no futebol português”, lê-se na publicação feita esta terça-feira no Facebook do presidente do Sporting.
“É fundamental, desde logo, que os regulamentos sejam revistos em linha com as leis fundamentais da República, porque ninguém pode estar ou viver acima dessas.”
“A rivalidade saudável é um bem comum, a guerrilha e as provocações constantes só nos conduzem a tragédias e desgraças que não podem repetir-se”, conclui o presidente sportinguista.