Micro empresas de mobiliário contribuem para 2% das exportações nacionais
Sector do mobiliário tem um peso crescente nas exportações de Portugal. A empregar cerca de 30.000 trabalhadores, é muito disperso e de dimensão quase familiar.
Com menos de uma dezena de funcionários, e com uma carteira de fornecimento que assenta no trabalho de artesãos externos, a UrbanMint, a empresa que detém as marcas Munna e Ginger & Jagger, é ainda o protótipo representativo do sector mobiliário português.
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Com menos de uma dezena de funcionários, e com uma carteira de fornecimento que assenta no trabalho de artesãos externos, a UrbanMint, a empresa que detém as marcas Munna e Ginger & Jagger, é ainda o protótipo representativo do sector mobiliário português.
A empregar cerca de 30 mil trabalhadores, o sector é muito disperso e de dimensão quase familiar. Das 4466 empresas registadas no final de 2015, 3837 tinham menos de dez trabalhadores; cerca de 600 empregava, entre 10 e 249 pessoas e apenas quatro empresas é que não caberiam na definição de pequena e média empresa, por terem mais de 250 trabalhadores.
Este retrato-robô foi divulgado recentemente pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que reconhece ao sector do mobiliário um peso crescente nas exportações de Portugal: passou de uma quota de 1,67% em 2012, para os 2,08% atingidos no final de 2016.
Apesar de ser um sector com um tecido produtivo muito disperso e atomizado, exportou cerca de 66% da sua produção, que em 2016 atingiu um volume de negócios de 1586 milhões de euros. E exporta para 155 países, segundo a AICEP, onde se nota a relevância de mercados como a França (34%), a Espanha (24%), os Estados Unidos da América (7%), Reino Unido e Angola (com 5% cada um) como destinos destas exportações.
É por isso cada vez mais importante a presença nas mostras internacionais como as que são organizadas em Milão e em Paris para diversificar estes mercados. Do certame de 2017, constatou o PÚBLICO na visita à feira de Milão, os empresários portugueses assinalaram o maior interesse demonstrado por compradores provenientes da Rússia e da Índia.
O já referido retrato-robô da AICEP permite perceber que o sector enfrentou uma reestruturação do seu tecido produtivo, e uma análise ao rácio entre empresas produtoras e exportadoras mostra alterações relevantes. Se em 2011 existiam 5252 empresas a produzir mobiliário em Portugal, apenas 2500 é que eram consideradas exportadoras.
Em 2016 o tecido produtivo encolheu (desapareceram 806 empresas), mas aumentou aquelas que se dedicam à exportação: das 4466 empresas registadas, 3187 são exportadoras.
Aumentar a base exportadora das empresas, e pedidos de apoio para o processo de internacionalização têm sido as razões muitas vezes invocadas para a apresentação de candidaturas aos fundos comunitários. De acordo com a informação recolhida junto do Norte2020, o programa Operacional do Norte, já foram aprovadas candidaturas que representam um investimento total de 108 milhões de euros, e cujo financiamento comunitário atinge os 62,4 milhões de euros.
A UrbanMint é uma das empresas que viu aprovada uma candidatura de 751 mil euros para o projecto “Exportar para Consolidar”, e para o qual recebeu financiamentos de 338 mil euros. A organização do evento em Milão para a promoção do design e dos artesãos portugueses custou 200 mil euros, 90% dos quais será assegurado por financiamento próprio.