Juros da dívida caem e bolsa sobe 2,48% à boleia de Paris

Mercados reagem positivamente a passagem de Macron à segunda volta e juros da dívida portuguesa estão entre os que mais descem. PSI 20 fecha a subir 2,48%

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Reuters/ISSEI KATO

Os investidores internacionais gostaram de ver as bandeiras da UE lado a lado com as francesas a festejarem a passagem de Emmanuel Macron à segunda volta das presidenciais francesas, ficaram mais convencidos do seu favoritismo na segunda volta face à candidata anti-Europa Marine Le Pen e decidiram que era já tempo de deixarem de estar tão receosos com a possibilidade de uma crise capaz de colocar em causa a existência da zona euro. O resultado foi uma forte apreciação do euro, uma descida generalizada das taxas de juro da dívida dos países do sul da Europa e uma subida dos índices das principais praças europeias. Portugal foi dos países mais beneficiados.

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Os investidores internacionais gostaram de ver as bandeiras da UE lado a lado com as francesas a festejarem a passagem de Emmanuel Macron à segunda volta das presidenciais francesas, ficaram mais convencidos do seu favoritismo na segunda volta face à candidata anti-Europa Marine Le Pen e decidiram que era já tempo de deixarem de estar tão receosos com a possibilidade de uma crise capaz de colocar em causa a existência da zona euro. O resultado foi uma forte apreciação do euro, uma descida generalizada das taxas de juro da dívida dos países do sul da Europa e uma subida dos índices das principais praças europeias. Portugal foi dos países mais beneficiados.

Ao fim da tarde, de acordo com os dados publicados pela agência Reuters, a taxa de juro da dívida portuguesa a 10 anos registava uma descida face ao final da sessão anterior de cerca de 0,21 pontos percentuais, aproximando-se dos 3,5%. Em França, Espanha e Itália, a descida das taxas de juro era também significaestava, embora ligeiramente mais moderada do que a registada em Portugal.

Esta reacção dos investidores tem como lógica a ideia de que, perante um cenário em que as perspectivas de vitória de Macron se reforçaram, o risco de um cenário de forte instabilidade para a zona euro que seria trazido por uma vitória de Le Pen diminui. Isso fez com que, não só os investidores voltassem a apostar no euro (que se apreciou face ao dólar desde o início da sessão), como conduziu a uma transferência de fundos dos activos considerados mais seguros (como a dívida alemã) para activos com maior risco associado, como os títulos dos países que mais teriam dificuldades em amortizar a sua dívida numa conjuntura de crise acentuada na zona euro. 

Na bolsas, esta maior confiança dos investidores também se fez sentir. Em Paris, o Cac 40 valorizou-se 4,15% (atingindo o valor mais elevado desde Agosto de 2015) e, em Frankfurt, o Dax 30 fechou a ganhar mais de 3%, batendo um novo recorde histórico, fazendo fé naquilo que alguns analistas entendem que podem ser as bases para o relançamento do projecto europeu, alicerçado no eixo Paris-Berlim. Lisboa conseguiu manter o fôlego do início da manhã e o PSI 20 fechou nos 4.997,54 pontos, em alta de 2,48%.

O BCP destacou-se ao longo de todo o dia - alinhado com a maioria dos títulos do sector financeiro na Europa - e subiu 5,6%, para 0,20 euros.

O Euro Stoxx Banks Index (que reflecte o andamento dos principais bancos europeus) subia perto de 6,1% a meio da manhã, espelhando o alívio dos investidores com o quase certo afastamento de um novo fenómeno tipo "Brexit", acabou por fechar a ganhar mais de 7%.

Além do BCP, outros pesos pesados do índice de referência português, como a EDP e a Jerónimo Martins, registaram valorizações significativas. Os títulos da eléctrica  subiram 2,27%, para 3,11 euros, enquanto os da dona da cadeia Pingo Doce atingiram 16,52 euros, em alta de 2,61%.

De uma forma geral, as praças europeias espelharam bem o entusiasmo com a vantagem alcançada por Macron face à líder da Frente Nacional na corrida ao Eliseu: o Stoxx 600, que reúne as principais 600 cotadas europeias subiu 2,11%, atingindo para o valor mais alto desde final de 2015. Já o STOXX 50, que segue um conjunto mais restrito de grandes empresas, ganhou 2,04%.