França: Economia quase estagnada e sempre atrás da vizinha Alemanha

Cinco anos de Hollande não alteraram cenário de crescimento elevado e taxa de desemprego sempre perto dos 9%.

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A França continua a ser uma das economias da zona euro com um crescimento mais lento LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Quando assumiu a presidência francesa, em Maio de 2012, François Hollande tinha pela frente um grande desafio: fazer cair uma taxa de desemprego que, no ano de 2011, tinha ficado em 9,2%, muito próximo do máximo histórico dos 50 anos anteriores. Agora, cinco anos passados, e no momento em que se prepara para ser substituído no seu cargo, Hollande acaba por deixar uma taxa de desemprego ainda mais elevada, que se cifrou em 9,9% da população activa em 2016.

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Quando assumiu a presidência francesa, em Maio de 2012, François Hollande tinha pela frente um grande desafio: fazer cair uma taxa de desemprego que, no ano de 2011, tinha ficado em 9,2%, muito próximo do máximo histórico dos 50 anos anteriores. Agora, cinco anos passados, e no momento em que se prepara para ser substituído no seu cargo, Hollande acaba por deixar uma taxa de desemprego ainda mais elevada, que se cifrou em 9,9% da população activa em 2016.

O resultado registado pelo Presidente francês ao nível da criação de emprego é o sinal mais claro da desilusão que constituiu o desempenho económico do país nos últimos cinco anos. Numa conjuntura internacional bastante difícil, a França prolongou o período de quase estagnação económica em que já se encontrava há algum tempo, manteve o desemprego próximo dos níveis máximos históricos, especialmente junto da população mais jovem, e não se livrou da pressão constante das autoridades europeias sobre a sua situação orçamental.

E para piorar ainda mais as coisas, teve sempre ao seu lado uma Alemanha que, em contraponto, reforçou o seu estatuto de grande potência económica europeia, com o desemprego em níveis extremamente baixos.

No ano passado a taxa de crescimento francesa foi de 1,2%. Se é verdade que constitui uma ligeira aceleração face ao ano anterior, o problema é que com resultados deste tipo, a França continua a estar abaixo da média europeia e a ser uma das economias da zona euro com um crescimento mais lento. Em comparação com a Alemanha, que cresceu 1,8% no ano passado, o desempenho francês é particularmente desanimador, contribuindo para que se reforce a imagem da França como um país em crise na zona euro.

Ao nível da taxa de desemprego, a diferença de desempenho face aos vizinhos germânicos salta ainda mais à vista. Na França, este indicador não sai de valores próximos de 9% há já 14 anos e o desemprego entre os jovens encontra-se nos 24%. Na Alemanha, onde se registava um resultado acima de 10% em 2006, a taxa de desemprego começou a cair de forma acentuada a partir daí, não tendo ultrapassado os 4,1% em 2016.

No que diz respeito ao défice público, a França é um dos países que continua a registar um valor acima dos 3%, algo que pretende corrigir este ano. O contraste com a Alemanha, que apresenta excedentes nas suas contas públicas é também aqui evidente. As autoridades francesas têm vindo a estar sob pressão de Bruxelas para apresentarem medidas de consolidação, mas têm conseguido adiar sucessivamente o prazo que lhes é dado para corrigir a situação.

No entanto, a ideia de que o sistema de apoio social francês pode vir a estar ameaçado, em conjunto com o desempenho económico fraco e em particular a persistência de um desemprego elevado, têm vindo a criar tensões e aumentar a ansiedade em muitos sectores da sociedade francesa, com evidentes repercussões políticas.