“Os bairros sociais precisam urgentemente de obras"
Debate organizado por associação de moradores de vários bairros reuniu deputados, representantes da câmara de Lisboa e associações cívicas.
A presidente do Instituto de Apoio aos Bairros Sociais (IBS), Daniela Serralha, afirmou neste sábado, em Lisboa, que este tipo de habitação “precisa de obras urgentes” de norte a sul do país.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A presidente do Instituto de Apoio aos Bairros Sociais (IBS), Daniela Serralha, afirmou neste sábado, em Lisboa, que este tipo de habitação “precisa de obras urgentes” de norte a sul do país.
“Os bairros sociais de norte a sul do país precisam urgentemente de uma rápida intervenção de obras, principalmente no seu interior, porque as pessoas não vivem ali condignamente”, disse a responsável, contactada pela agência Lusa.
Daniela Serralha falava no final de um encontro promovido pelo IBS, associação sem fins lucrativos fundada em 2014 por moradores de vários bairros sociais e voluntários que os apoiam, e contou com a participação de representantes da Câmara Municipal de Lisboa (CML), e de deputados dos vários grupos parlamentares.
Também estiveram presentes associações de moradores e associações cívicas de norte a sul do país, com cerca de 250 participantes na Biblioteca de Marvila, em Lisboa, espaço cedido pela CML, que apoiou a iniciativa.
“As casas de muitas pessoas não são alvo de obras há 40 anos e têm vários problemas de humidade, infiltrações, entre outros, que provocam grande desconforto aos moradores”, precisou a presidente do IBS.
Outro problema focado no debate “O Futuro dos Bairros Sociais”, foi “o elevado número de casas vazias nos bairros sociais, por estarem degradadas, passando muito tempo entre as obras e a habitação ser entregue a alguém que dela precisa”.
No debate foram ainda abordados os temas do direito à habitação e à propriedade, e a nova lei das rendas.
Daniela Serralha explicou que a habitação social do país é gerida pelas câmaras, pela Segurança Social, e pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), sendo que este organismo gere cerca de 12 mil habitações, e a CML mais de 22 mil. Convidámos o presidente do IHRU, Vitor Reis, a estar presente, mas mais uma vez não compareceu”, comentou a responsável, acrescentando que muitos moradores têm queixas sobre aquele organismo, pela falta de resolução de problemas ligados às habitações sociais.
De acordo com a presidente do IBS, as conclusões do encontro vão ser entregues em breve no Parlamento, a todos os grupos parlamentares.
No encontro, estiveram presentes Rui Franco, da CML, a administradora da GEBALIS (Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa), Helena Correia, e os deputados Helena Roseta (PS), Ricardo Robles (BE), Carlos Moura (PCP), João Gonçalves (CDS) e Paula Nicolau (PAN).