"Se Marine Le Pen ganhar, haverá uma crise gravíssima na UE", diz Paulo Rangel
À margem da Escola Europa, o eurodeputado Paulo Rangel defende que “o que está em causa aqui pode ser a sobrevivência da UE, mas também pode ser o relançamento” dessa união.
O eurodeputado do PSD Paulo Rangel defende que nas eleições presidenciais francesas está em causa a “sobrevivência” da União Europeia (UE), mas a votação também pode ser decisiva para o “relançamento” do bloco europeu. “O que está em causa aqui pode ser a sobrevivência da UE, mas também pode ser o relançamento” dessa união, disse Paulo Rangel à agência Lusa à margem da Escola Europa, com jovens portugueses e espanhóis, que está a decorrer até domingo em Aranjuez, nos arredores de Madrid.
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O eurodeputado do PSD Paulo Rangel defende que nas eleições presidenciais francesas está em causa a “sobrevivência” da União Europeia (UE), mas a votação também pode ser decisiva para o “relançamento” do bloco europeu. “O que está em causa aqui pode ser a sobrevivência da UE, mas também pode ser o relançamento” dessa união, disse Paulo Rangel à agência Lusa à margem da Escola Europa, com jovens portugueses e espanhóis, que está a decorrer até domingo em Aranjuez, nos arredores de Madrid.
O também vice-presidente da família política do Partido Popular Europeu (PPE) sublinha que, de todos os actos eleitorais que vão ter lugar em vários países europeus nos próximos meses, estas são as eleições “mais importantes”.
A primeira volta das eleições presidenciais francesas realiza-se no domingo, 23 de Abril, e os dois candidatos mais votados irão a uma segunda volta duas semanas depois, em 7 de Maio.
Neste momento, "temos os quatro principais candidatos empatados” e “claramente dois candidatos antieuropeístas” (Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon), resume Paulo Rangel, que não esconde a sua preferência por Emmanuel Macron, apesar de François Fillon ser do PPE.
“Claramente, se Marine Le Pen ganhar, haverá uma crise gravíssima na UE e na própria zona euro, com um impacto brutal nos mercados”, afirma o deputado europeu, acrescentando que, se um dos candidatos dos extremos vencesse, “seria uma experiência muito mais negativa do que o 'Brexit'”, a saída do Reino Unido do bloco europeu.
Marine Le Pen é a candidata da Frente Nacional, de extrema-direita, e está à frente na intenção de voto dos franceses na primeira volta, indicando as sondagens que deverá perder na segunda volta se o seu opositor for um dos candidatos mais ao centro.
Para Paulo Rangel, “só com os candidatos François Fillon [direita] e Emmanuel Macron [centro] é que se poderá ter umas pós-eleições tranquilas do ponto de vista europeu”. “Eu conheço bem Fillon e é talvez o candidato mais bem preparado para ser o Presidente da França, mas penso que esteve mal em não assumir a sua responsabilidade e retirar-se, dando o lugar a Allain Juppé, que também seria um excelente candidato”, defende. “Sendo assim, a melhor opção para Portugal e para a Europa seria Emmanuel Macron”, um candidato “bastante equilibrado” e com uma “vontade reformista clara”.
Jean-Luc Mélenchon é o candidato de esquerda, com as sondagens a colocá-lo no terceiro lugar, atrás dos dois favoritos, Marine Le Pen e Emmanuel Macron, e com uma pequena vantagem sobre François Fillon.
Para o eurodeputado social-democrata, nas eleições francesas há uma questão que ficará sempre “em suspenso”: “Mesmo que ganhe Macron ou Fillon”, não se sabe qual será a maioria parlamentar que o futuro Presidente terá. “Os dois partidos que eram os pilares do sistema político francês vão chegar a umas eleições parlamentares em muito mau estado”, conclui Rangel, sentenciando que o “PS vai esfumar-se e os republicanos de centro-direita vão sair muito feridos destas eleições”.