Testemunhas de Jeová banidas da Rússia

Supremo Tribunal aprovou o pedido do ministro da Justiça da Rússia que considera a organização religiosa um grupo extremista.

Foto
Movimento das testemunhas de Jeová acredita, entre outras coisas, na interpretação literal da Bíblia Reuters/KIERAN DOHERTY

O Supremo Tribunal da Rússia acedeu ao pedido do ministro da Justiça e decidiu banir as Testemunhas de Jeová do país, considerando a organização religiosa um grupo extremista.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Supremo Tribunal da Rússia acedeu ao pedido do ministro da Justiça e decidiu banir as Testemunhas de Jeová do país, considerando a organização religiosa um grupo extremista.

Segundo o Guardian, a ordem judicial prevê o encerramento da sede da organização em São Petersburgo e das suas 395 secções locais. Toda a propriedade pertencente ao grupo será também apreendida.

A agência Interfax cita ainda a procuradora Svetlana Borisova que afirmou em tribunal que as Testemunhas de Jeová são “uma ameaça para os direitos dos cidadãos, ordem e segurança públicas”.

Conhecidos por andar de porta em porta a tentar convencer quem lhes aparece, acreditando, entre outras coisas, na interpretação literal da Bíblia, as testemunhas de Jeová fazem parte de um movimento cristão que, calcula-se, conta com oito milhões de pessoas a nível mundial. Na Rússia, estima-se que haja 175 mil membros do movimento.

O argumento principal apresentado pelo Ministério da Justiça era o de que as actividades dos membros deste movimento “violam a lei russa sobre o combate ao extremismo” e que as mensagens que colocam a circular incitam ao ódio contra outros grupos.

Banir as Testemunhas de Jeová não é uma acção nova na história da Rússia, isto porque, nos tempos da antiga União Soviética, o KGB considerava-os espiões e foram ilegalizados. Em 1991, com o colapso do império comunista, este movimento foi novamente autorizado.