Costa afasta isenção de penalizações para todas as carreiras contributivas com 40 anos
“Infelizmente, isso não é compatível com a sustentabilidade futura da Segurança Social nas atuais condições", afirmou hoje o líder socialista e primeiro-ministro.
O secretário-geral do PS defendeu esta quinta-feira, 20 de Abril, a necessidade de uma solução equilibrada para proteger as carreiras contributivas muito longas, mas afastou a possibilidade de se eliminarem as penalizações para todos os que completem 40 anos de trabalho.
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O secretário-geral do PS defendeu esta quinta-feira, 20 de Abril, a necessidade de uma solução equilibrada para proteger as carreiras contributivas muito longas, mas afastou a possibilidade de se eliminarem as penalizações para todos os que completem 40 anos de trabalho.
António Costa falava aos jornalistas no final da sessão do 44.º aniversário do PS, depois de confrontado com a pressão exercida pelo PCP e Bloco de Esquerda no sentido de o Governo alargar o universo de trabalhadores com longas carreiras contributivas que poderão reformar-se sem qualquer penalização antes dos 66 anos.
"Todos gostaríamos de eliminar qualquer penalização ao fim de 40 anos [de carreira contributiva], mas, infelizmente, isso não é compatível com a sustentabilidade futura da Segurança Social nas atuais condições", respondeu o líder socialista e primeiro-ministro.
Perante os jornalistas, António Costa defendeu a necessidade de se procurar uma solução de equilíbrio e manifestou-se confiante de que as atuais diferenças entre as forças que apoiam o seu executivo poderão ser ultrapassadas.
"Acho que a vontade é comum a todos: Proteger a Segurança Social, fazendo justiça a uma geração que foi muito sacrificada. Temos uma dívida com aqueles que não puderam viver plenamente a sua infância e tiveram de começar a trabalhar prematuramente. O mínimo de justiça é assegurar-lhes na idade de reforma um sistema de maior justiça", disse.
António Costa especificou depois que "é preciso assegurar justiça a quem começou a trabalhar aos 12 ou 14 anos". "Não é fácil encontrar uma solução. Mas temos de trabalhar para se chegar a uma solução de consenso que permita um equilíbrio entre fazer a justiça que é devida a uma geração e, por outro lado, nunca colocando em causa a sustentabilidade futura da Segurança Social", frisou.
Segundo o secretário-geral do PS, nesta matéria, o princípio fundamental é: "Quanto mais longa for a carreira contributiva, melhores condições haverá para eliminar a penalização de uma reforma antecipada". "Temos de assegurar o máximo de justiça e o máximo de sustentabilidade da Segurança Social", insistiu o líder do executivo.
Perante os jornalistas, António Costa declarou, ainda, que um dos principais desafios do seu Governo "é reduzir as desigualdades". "Para tal, tem de haver uma estrutura de IRS que seja mais justa e que permita começar a inverter a situação que resultou das últimas reformas que comprimiram os escalões deste imposto e diminuíram a sua progressividade".
"Isso diminuiu a justiça fiscal", defendeu o secretário-geral do PS, aqui numa crítica ao anterior executivo PSD/CDS-PP.