Frederico Pedreira venceu Prémio INCM/Vasco Graça Moura 2016

O júri distinguiu o ensaio Uma Aproximação à Estranheza, editado pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

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RUI GAUDÊNCIO

O escritor Frederico Pedreira, com o texto Uma Aproximação à Estranheza, venceu o Prémio Imprensa Nacional-Casa da Moeda/Vasco Graça Moura 2016, que nesta sua segunda edição é dedicado ao Ensaio.

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O escritor Frederico Pedreira, com o texto Uma Aproximação à Estranheza, venceu o Prémio Imprensa Nacional-Casa da Moeda/Vasco Graça Moura 2016, que nesta sua segunda edição é dedicado ao Ensaio.

O prémio, com o valor pecuniário de cinco mil euros euros, é entregue ao escritor no próximo dia 27, numa cerimónia na Biblioteca da Imprensa Nacional, em Lisboa, em que será apresentada a obra, editada este ano, pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM).

A apresentação está a cargo do poeta José Tolentino Mendonça, que presidiu ao júri, constituído ainda pelos escritores Jorge Reis-Sá e Pedro Mexia.

O júri decidiu atribuir o galardão por unanimidade, destacando na obra a "robustez teórica e a amplidão de olhar no tratamento de um tema transversal à experiência de recepção do mundo e das suas múltiplas linguagens: a noção de estranheza", segundo a acta à qual a agência Lusa teve acesso.

Sobre Uma Aproximação à Estranheza, o júri referiu ainda que "o esforço de compreensão da estranheza inscreve uma posição de abertura epistemológica à diversidade e aos seus ecos, aprofundando a natureza dialógica que é o fulcro da civilização e da cultura".

Uma Aproximação à Estranheza é o segundo título distinguido com o Prémio INCM/Vasco Graça Moura, que será agora editado na coleção Olhares, e sucede a história do século vinte, de José Gardeazabal, que venceu em 2015 a primeira edição, dedicada à Poesia.

O júri decidiu ainda atribuir uma Menção Honrosa ao ensaio Debaixo da nossa pele. Escravos libertos e outros emigrantes, de Joaquim Gonçalves do Rosário Ramos, pela "originalidade deste verdadeiro 'filme de estrada', através do Portugal contemporâneo, em busca de memórias submersas, mas indispensáveis à identificação de um país", segundo se lê na acta do júri.

Este ensaio vai também ser publicado pela INCM, na mesma coleção, em data a anunciar.

Nesta coleção será igualmente publicado, este ano, A Enxada e a lança, do poeta, ensaísta e historiador brasileiro Alberto da Costa e Silva, distinguido com o Prémio Camões em 2014.

Frederico Pedreira nasceu em Lisboa, em 1983, é licenciado em Comunicação e doutorado em Teoria da Literatura, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Publicou Presa Comum (2015), Fazer de Morto (2016) e Um Bárbaro em Casa (2014), que foi o seu primeiro livro em prosa. Anteriormente tinha publicado três volumes de poesia, Breve Passagem pelo Fogo (2011), O Artista Está Sozinho (2013) e Doze Passos Atrás (2013).

Frederico Pedreira traduziu autores como G. K. Chesterton, Robert Louis Stevenson, Oscar Wilde e H.G. Wells.

O galardão tem uma periodicidade anual e visa distinguir obras inéditas nas áreas de actuação onde Vasco Graça Moura se destacou, nomeadamente, na Poesia, no Ensaio (área das Humanidades) e na Tradução (obras clássicas, no domínio público, também na área das humanidades).

O Prémio Vasco Graça Moura foi instituído pela INCM no âmbito da sua missão de promover, preservar e salvaguardar o património da língua e da cultura portuguesas, e simultaneamente, homenagear o escritor, tradutor, homem de cultura e também antigo administrador desta.

A edição deste ano do Prémio INCM/Vasco Graça Moura é dedicada à categoria Tradução e "a abertura das candidaturas será anunciada em breve", lê-se no mesmo comunicado.