Theresa May anuncia eleições antecipadas para 8 de Junho
Primeira-ministra diz que o país precisa "de uma liderança forte e estável para concretizar o 'Brexit'".
A primeira-ministra britânica anunciou que vai convocar eleições legislativas antecipadas para o próximo dia 8 de Junho, três anos antes do que estava previsto. Theresa May justifica a decisão com a necessidade de reforçar a estabilidade no Reino Unido numa altura em que se prepara o início das negociações para a saída da União Europeia.
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A primeira-ministra britânica anunciou que vai convocar eleições legislativas antecipadas para o próximo dia 8 de Junho, três anos antes do que estava previsto. Theresa May justifica a decisão com a necessidade de reforçar a estabilidade no Reino Unido numa altura em que se prepara o início das negociações para a saída da União Europeia.
A inesperada declaração – os jornalistas só foram informados da comunicação à porta de Downing Street com uma hora de antecedência – contraria o que May sempre afirmou desde que, em Julho do ano passado, sucedeu a David Cameron na liderança do Governo. A líder do Partido Conservador justifica a reviravolta alegando que os restantes partidos se opõem aos planos do executivo para o “Brexit” e afirma que a instabilidade dificultará a negociação com os parceiros europeus.
“Foi com relutância que decidi que o país precisa de eleições, mas é com forte convicção que digo que precisamos de assegurar a liderança forte e estável que o país precisa para concretizar o ‘Brexit’ e depois dele”, disse a líder conservadora, sublinhando que “o país está unir-se” em torno da decisão de saída da UE “mas Westminster não”, e as lutas políticas “arriscam-se a prejudicar a capacidade do país para fazer do 'Brexit' um êxito”.
Na prática, May decide avançar para eleições numa altura em que as sondagens atribuem ao Partido Conservador grande vantagem sobre a oposição trabalhista (entre 14 e 19 pontos percentuais) e a primeira-ministra obtém uma das maiores taxas de aprovação da história recente, por comparação com os maus resultados de Jeremy Corbyn, o líder do Labour.
A confirmarem-se estas intenções de voto, os conservadores poderão dilatar em muito a sua maioria no Parlamento (actualmente de apenas 17 deputados), o que permitiria a May superar mais facilmente potenciais revoltas na sua bancada.
Desde 2010, quando os conservadores e liberais-democratas firmaram uma inédita coligação de governo, que a lei britânica prevê que as legislaturas durem cinco anos exactos, pelo que as próximas eleições estavam previstas apenas para Maio de 2020. Para antecipar a votação, é necessário o aval de pelo menos dois terços dos deputados (434 votos), mas Corbyn já confirmou que o Labour não se vai opor ao calendário de May.
“Saúdo a decisão da primeira-ministra de dar aos britânicos a oportunidade de votar um novo governo que seja capaz de pôr os interesses da maioria em primeiro lugar”, lê-se num comunicado do líder trabalhista, assegurando que o seu partido vai apresentar-se às eleições como “uma alternativa credível e clara para o país”.