Afinal o porta-aviões não seguia para a Coreia, como os EUA ameaçaram
Na semana passada, no meio da escalada de tensões entre Coreia do Norte e EUA, foi anunciado que uma armada americana se dirigia para a região. No entanto, soube-se agora que as embarcações estavam a ir para a direcção exactamente oposta.
No meio da escalada de tensão entra a Coreia do Norte e os EUA, e das notícias que foram surgindo em catadupa, no dia 8 de Abril o mundo ficou em suspenso quando foi anunciado que um porta-aviões norte-americano estava a dirigir-se para a Península da Coreia para responder aos repetidos testes balísticos de Pyongyang. O receio de um possível ataque preventivo de Washington crescia. O problema é que a embarcação estava a viajar em sentido oposto e só agora inverteu caminho.
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No meio da escalada de tensão entra a Coreia do Norte e os EUA, e das notícias que foram surgindo em catadupa, no dia 8 de Abril o mundo ficou em suspenso quando foi anunciado que um porta-aviões norte-americano estava a dirigir-se para a Península da Coreia para responder aos repetidos testes balísticos de Pyongyang. O receio de um possível ataque preventivo de Washington crescia. O problema é que a embarcação estava a viajar em sentido oposto e só agora inverteu caminho.
Como lembra o Washington Post, este mal-entendido não é apenas mais um caso de fake news. As informações sobre o movimento da armada militar foram sendo providenciadas pela alta-esfera da Defesa norte-americana, e pelo próprio Presidente Donald Trump. No dia 8 de Abril, o almirante Harry Harris, que lidera o comando americano no Pacífico, anunciava que o porta-aviões USS Carl Vinson recebera ordens para se deslocar para o Pacífico Ocidental partindo de um porto de Singapura. Mais tarde, uma porta-voz do mesmo comando militar dizia ao Washington Post que a decisão estava relacionada com “o programa de testes de mísseis imprudente, irresponsável e desestabilizador e a procura pela capacidade em relação ao armamento nuclear” da Coreia do Norte.
Estava lançado o primeiro foco de preocupação e de suspense nesta história. A partir daqui, as explicações foram subindo no organigrama da Administração americana. No dia 11 de Abril, foi a vez do secretário da Defesa, Jim Mattis, dizer aos jornalistas que o Carl Vinson “estava a caminho”. No dia seguinte, chegou a altura do Presidente, Donald Trump, ser questionado sobre esta situação numa entrevista à Fox Business Network: “Estamos a enviar uma armada muito poderosa”, afirmou.
Agora soube-se que a armada não só não foi para a Península da Coreia como estava a dirigir-se exactamente em sentido oposto, noticia esta terça-feira o site americano Defense News que acrescenta que o Carl Vinson, e a armada que o acompanhava, saíram de Singapura para integrar um conjunto de exercícios com as forças australianas no Oceano Índico.
Já no último dia 15 de Abril, a Marinha americana divulgava uma fotografia do porta-aviões a atravessar o Estreito de Sunda entre as ilhas indonésias de Sumatra e Java. Ou seja, enquanto o mundo “olhava” para a Península da Coreia e para a embarcação americana, esta encontrava-se a quase cinco mil quilómetros de distância e não se encaminhava para lá.
Por sua vez, o New York Times cita fontes do Departamento de Defesa que garantem que o Carl Vinson está neste momento a dirigir-se para norte, rumo à Península da Coreia, tendo a chegada prevista para a próxima semana. A Casa Branca não comentou o assunto.