Rui Moreira admite que modelos administrativos dificultam trabalho com a Galiza
Presidente da Câmara do Porto reconhece que diferenças nos modelos administrativos dificultam o aprofundamento do trabalho conjunto entre dois "povos irmãos"
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, admitiu esta terça-feira que a diferença nos modelos administrativos das regiões do Norte de Portugal e da Galiza dificulta um trabalho conjunto, mas confia que o panorama possa mudar com a alteração orgânica das CCDR.
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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, admitiu esta terça-feira que a diferença nos modelos administrativos das regiões do Norte de Portugal e da Galiza dificulta um trabalho conjunto, mas confia que o panorama possa mudar com a alteração orgânica das CCDR.
Num discurso durante a cerimónia de entrega da Medalha Municipal de Honra da Cidade do Porto ao presidente da Junta da Galiza, Alberto Nuñez Feijóo, Rui Moreira declarou que "os modelos administrativos diferentes não facilitam este aprofundamento [do trabalho conjunto]. Espero, sinceramente, que um dia venhamos a aproximar-nos nessa matéria, e confio que a alteração orgânica que está prevista para as comissões de coordenação e desenvolvimento regionais (CCDR) permita um maior equilíbrio".
Na mesma cerimónia o presidente da Câmara do Porto frisou a continuação e renovação do trabalho conjunto entre as duas regiões em diversas áreas. "Hoje, a Galiza e o Norte de Portugal têm um desígnio e um propósito. Não queremos que os nossos melhores cidadãos tenham de emigrar para encontrar os seus Eldorados. Temos o capital humano, aquilo que hoje é mais importante. Queremos ser terras de oportunidade, queremos abrir-nos ao mundo, queremos ser competitivos, queremos ser ousados. O Noroeste da Península Ibérica transformou-se num território de eleição, que pode atrair investimento, porque tem no conhecimento a base mais sólida para o seu desenvolvimento", declarou o autarca.
Rui Moreira afirmou ainda que, "pese embora todas as dificuldades", o Norte e a Galiza são a Europa que querem ser. "Nós somos a Europa que queremos ser. A Europa das regiões, a Europa das cidades, a Europa das pessoas. A Europa que não se conforma com o pessimismo, onde não pode haver lugar a desconfianças, onde não se pode recear aquilo que se quer", concluiu.
Galiza pretende reforçar trabalhos com Portugal e recorda "Brexit"
O presidente da Junta de Galiza, Alberto Nuñez Feijóo, alertou esta terça-feira que a Europa vive momentos "relevantes", com o "Brexit" e a antecipação das eleições no Reino Unido para o dia 8 de Junho, reforçando a necessidade de renovar o trabalho conjunto entre Galiza e Norte português.
"Ambos [presidente da Câmara do Porto e da Junta da Galiza], estamos conscientes de que a Europa está num momento muito relevante, sobretudo com o cenário que se abre com o "Brexit" e as iminentes eleições convocadas ou anunciadas hoje mesmo pela primeira-ministra britânica", declarou Alberto Nuñez Feijóo, após receber a Medalha Municipal de Honra da Cidade do Porto, pelo seu contributo para o relacionamento entre o Norte de Portugal e a Galiza.
Alberto Nuñez Feijóo realçou que o compromisso da Galiza e do Norte de Portugal, duas regiões que são historicamente "povos irmãos", deve ser a defesa da União Europeia. "[Devemos] defender a União o máximo possível. Primeiro praticando a colaboração, porque essa é a forma de fazer a Europa. Segundo, porque agora que se estão a recolocar as peças da União Europeia, a nossa ambição tem de continuar em frente, ganhando centralidade na Europa", afirmou o presidente da Junta da Galiza, considerando que a euro-região Galiza/Norte de Portugal é "um potente instrumento para o desenvolvimento dos dois países".
"Ambos sabemos que a euro-região Galiza/Norte de Portugal chega a ser um potente instrumento para o desenvolvimento dos dois países. Primeiro, porque juntos conseguimos um micro-mercado que conta com mais de seis milhões de pessoas e, segundo, porque juntos ganhamos massa crítica perante as instituições europeias, algo básico", concluiu.