Libra recupera mas bolsa londrina cai com anúncio de eleições antecipadas

Moeda britânica volátil antes e depois da declaração surpresa de Theresa May. Manhã de quedas a rondar 1% nas praças europeias.

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Theresa May falou esta manhã à porta do número 10 de Downing Street Reuters/STEFAN WERMUTH

Depois de Theresa May anunciar legislativas antecipadas no Reino Unido a 8 de Junho, os mercados seguem sem tendência clara na primeira reacção à declaração surpresa da primeira-ministra britânica. Se a libra está em alta face ao dólar, na bolsa londrina a tendência é de queda ao fim da manhã.

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Depois de Theresa May anunciar legislativas antecipadas no Reino Unido a 8 de Junho, os mercados seguem sem tendência clara na primeira reacção à declaração surpresa da primeira-ministra britânica. Se a libra está em alta face ao dólar, na bolsa londrina a tendência é de queda ao fim da manhã.

Assim que se soube que Theresa May faria uma declaração em Downing Street, sem se conhecer a razão, esse facto por si só causou alguma apreensão nos mercados, levando a uma queda abrupta da libra. Até aí, a divisa britânica estava em alta em relação ao dólar, chegando ao valor mais alto em três semanas, mas subitamente passou a perder terreno perante as especulações.

Quando a editora de política da BBC avança que deverão ser convocadas eleições antecipadas, a libra volta a subir e a tendência é clara quando May anuncia ao país a sua decisão. Entretanto, consolidou a subida, fixando-se nos 1,2639 dólares, um ganho de 0,59% na sessão desta terça-feira, onde já chegou a negociar nos 1,2644 dólares.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE 100 continua em sentido negativo, apresentando um recuo de 1,73% por volta das 13h. Nas outras praças de referência na Europa, o cenário também é de quedas, desde Paris (-1,21%) a Frankfurt (-0,57%), passando por Amesterdão (-0,99%), Madrid (-0,9%) ou Lisboa (-1,04%).

No mercado de dívida pública, as taxas de juro das obrigações a dez anos do Reino Unido (o prazo de referência no mercado) estavam a subir de forma ligeira. Depois de estrem a negociar abaixo de 1% pela primeira vez desde Outubro, subiam para 1,02%, refere a Bloomberg.

Com a decisão a ser conhecida dias antes da primeira volta das presidenciais francesas, este é mais um factor com que os investidores passam a ter de lidar. À Reuters, John Moore, corretor da Berkeley Capital, comentava esta manhã que, num cenário de maior incerteza no Reino Unido é de esperar um momento de vendas da libra face ao dólar. E, dizia, “o FTSE 100 vai beneficiar com isso, tendo em conta a correlação inversa a que temos assistido nos últimos meses”.