Se houver teste nuclear, EUA podem atacar a Coreia do Norte

Há navios de guerra na península coreana armados com mísseis, um porta-aviões a caminho e bombardeiros preparados para agir. A NBC News noticia que a Administração Trump prepara um ataque preventivo, caso Kim Jong-un ordene um novo ensaio nuclear que pode ter lugar já este fim-de-semana.

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O regime de Kim Jung Un ameaçou que fará "uma retaliação sem piedade" caso o país seja atacado pelos Estados Unidos KCNA KCNA / Reuters

Depois do lançamento da "Mother of All Bombs" [“mãe de todas as bombas”] sobre o Afeganistão, os Estados Unidos podem estar a preparar-se para um ataque preventivo contra a Coreia do Norte, caso se confirmem as suspeitas de que regime liderado por Kim Jong-un prepara um novo ensaio com armas nucleares. A notícia foi avançada à NBC News por fontes dos serviços secretos norte-americanos, que notam que os EUA têm dois navios de guerra na região, armados com mísseis Tomahawk, e bombardeiros preparados para agir.

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Depois do lançamento da "Mother of All Bombs" [“mãe de todas as bombas”] sobre o Afeganistão, os Estados Unidos podem estar a preparar-se para um ataque preventivo contra a Coreia do Norte, caso se confirmem as suspeitas de que regime liderado por Kim Jong-un prepara um novo ensaio com armas nucleares. A notícia foi avançada à NBC News por fontes dos serviços secretos norte-americanos, que notam que os EUA têm dois navios de guerra na região, armados com mísseis Tomahawk, e bombardeiros preparados para agir.

Há alguns dias, já tinha sido noticiado pela Administração americana o desvio do porta-aviões USS Carl Vinson, em rota para a Austrália, para a península coreana, o que provocou uma reacção enérgica por parte da Coreia do Norte. Quinta-feira, a sua posição foi reforçada em comunicado. O regime de Pyongyang ameaçou um “ataque de retaliação sem piedade”, caso os EUA levem a cabo qualquer acção militar, acusando o país liderado por Donald Trump de “ameaçar seriamente a paz e segurança e conduzir à iminência de uma guerra nuclear”.

O país que, no imediato, mais sofreria com o início das hostilidades, a Coreia do Sul, afirmou esta quinta-feira, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Yun Byung-se, ter a garantia por parte dos Estados Unidos de que nenhuma acção será tomada sem consulta e aprovação sul-coreana.

A tensão está em crescendo desde o encontro, na última semana, entre os Presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping. Depois do encontro, Trump manifestou confiança na capacidade da China em “lidar” com a Coreia do Norte na questão nuclear. Ao mesmo tempo, numa mensagem no Twitter, reafirmou que, em caso de insucesso das iniciativas chinesas, os EUA e os seus aliados saberão o que fazer. O Governo chinês enviou à Coreia da Norte os seus principais diplomatas e especialistas ligados às negociações com o país sobre o seu arsenal nuclear, de forma a sensibilizar o regime da gravidade da situação, além de ter ameaçado com a imposição de sanções inéditas.

Nesta sexta-feira, o ministro dos negócios estrangeiros chinês Wang Yi pediu cautela quanto à tensão criada em torno da Coreia do Norte: “Pedimos que se abstenham de provocar e ameaçar um ao outro, seja por palavras ou acções, para que esta situação não chegue a um ponto irreversível e indomável”. 

A Coreia do Norte acusou Donald Trump de “causar distúrbios” com os seus tweets “agressivos”. Em declarações à Associated Press, o vice-ministro dos negócios estrangeiros norte-coreano, Han Song Ryol, disse que o presidente norte-americano estava a tornar-se cada vez mais cruel e agressivo do que os anteriores presidentes.

Ryol sublinhou ainda que a Coreia do Norte estará pronta a defender-se: “Temos uma força nuclear poderosa nas nossas mãos e de certeza que não vamos manter os braços cruzados perante um ataque preventivo dos Estados Unidos”. 

Jennifer Griffin, correspondente da Fox News, dava conta na sua página na rede social Twitter de que vários funcionários do departamento de defesa negaram a notícia avançada pela NBC, considerando-a “incrivelmente errada” ou “absurda”.

Entretanto, e num comunicado enviado à imprensa, o Governo russo manifestou-se “seriamente preocupado” com os indícios de que os EUA estarão a preparar uma acção militar unilateral na península coreana.

A aproximação do 105.º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, avô do actual Presidente, que se celebrará este sábado, faz aumentar as preocupações, dado que tais efemérides têm sido usadas pelo regime de Pyongyang para demonstrações de força. A realização daquele que seria o seu sexto ensaio nuclear inclui-se certamente nesse tipo de manifestações.