PSD não deverá pedir votação para rejeitar o Programa de Estabilidade
Luís Montenegro diz que não vale a pena apresentar propostas de alteração ao Programa Nacional de Reformas porque o Governo “não ligou patavina” às 222 do ano passado.
Depois de no ano passado o CDS ter apresentado um projecto de resolução para rejeitar o Programa de Estabilidade para testar a união da maioria parlamentar de esquerda, a hipótese volta a estar em cima da mesa na bancada centrista. Porém, do lado do PSD, o líder parlamentar não quer avançar o que vai fazer e coloca o ónus do lado dos partidos que apoiam o Governo. “Hoje a pergunta sobre se essa votação é interessante e relevante não deve ser colocada ao PSD mas ao PCP, BE e PEV sobre se se revêem ou não neste Programa de Estabilidade”, disse Luís Montenegro no Parlamento.
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Depois de no ano passado o CDS ter apresentado um projecto de resolução para rejeitar o Programa de Estabilidade para testar a união da maioria parlamentar de esquerda, a hipótese volta a estar em cima da mesa na bancada centrista. Porém, do lado do PSD, o líder parlamentar não quer avançar o que vai fazer e coloca o ónus do lado dos partidos que apoiam o Governo. “Hoje a pergunta sobre se essa votação é interessante e relevante não deve ser colocada ao PSD mas ao PCP, BE e PEV sobre se se revêem ou não neste Programa de Estabilidade”, disse Luís Montenegro no Parlamento.
Questionado pelo PÚBLICO sobre se tenciona apresentar alguma iniciativa desse género para testar essa fidelidade dos partidos da esquerda, o deputado não abriu o jogo. “Se algum partido tomar uma iniciativa, nós naturalmente tomaremos posição, mas não queremos desde já abdicar de ter uma posição nossa”, afirmou, alegando que parte do princípio de que aqueles partidos “estão todos alinhados”, mas tendo em conta as críticas de PCP e BE, então estes têm que mostrar afinal o que realmente pensam. A estratégia do PSD tem sido tentar abrir brechas na maioria explorando estes desentendimentos.
“Não é por causa do PSD que deve haver votação na AR; normalmente são os partidos que suportam o Governo que criam dificuldades – embora no fim do dia se entendam – sobre os propósitos desse programa.”
Já sobre o Programa Nacional de Reformas, Luís Montenegro diz não ser “relevante” o PSD apresentar propostas nesta altura. “No ano passado foi um esforço inglório”, disse, sobre as propostas que o PSD fez. “Não nos ligaram patavina”, queixou-se sobre o resultado do ano passado, estendendo também ao facto de desta vez o Governo não ter pedido os seus contributos – “uma postura de maior verdade política”, admitiu.
“Os nossos votos não contam para a execução do PNR. Não necessitamos de levar nada a votos”, acrescentou. “O que vai acontecer é a discussão; não é expectável esperarem-se propostas do PSD. As do ano passado continuam por realizar e mantêm-se actuais. São 222 propostas que servem bem para confrontar o Governo.”
Montenegro criticou a visão de desenvolvimento económico e as opções políticas preconizadas pelo Governo no último ano e meio e não quis falar sobre a exequibilidade das metas do défice do Programa de Estabilidade. “O Governo está a viver à custa daquilo que foi o trabalho que realizamos nos últimos anos e abdicou de fazer reformas estruturais”, vivendo à custa de reversões.