William Basinski, Murcof e Fennesz nos Jardins Efémeros de Viseu
De 7 a 16 de Julho, a cidade volta a receber nomes cimeiros das músicas mais aventureiras. Os portugueses Pop Dell'Arte e Bruno Pernadas também se juntam ao programa.
O cartaz da sétima edição do acontecimento multidisciplinar Jardins Efémeros de Viseu, pelo menos no que diz respeito à música, encontra-se praticamente encerrado, destacando-se vários nomes cimeiros das electrónicas e das músicas mais exploratórias como o americano William Basinski, o austríaco Fennesz ou o mexicano Murcof.
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O cartaz da sétima edição do acontecimento multidisciplinar Jardins Efémeros de Viseu, pelo menos no que diz respeito à música, encontra-se praticamente encerrado, destacando-se vários nomes cimeiros das electrónicas e das músicas mais exploratórias como o americano William Basinski, o austríaco Fennesz ou o mexicano Murcof.
Mais uma vez o evento, que se realiza nos dois fins-de-semana que vão de 7 a 16 de Julho, contempla concertos, sessões DJ, instalações artísticas, exposições, sessões de cinema ao ar livre, mercados, conferências, teatro ou oficinas, tudo a acontecer no centro da cidade de Viseu, em espaços emblemáticos como o Museu Nacional Grão Vasco ou a Catedral.
Um dos músicos e compositores mais fascinantes do nosso tempo, o americano William Basinski, conhecido pela obra monumental The Desintegration Loops, em torno do 11 de Setembro, vai apresentar o seu mais recente disco, A Shadow In Time, constituído por duas longas peças, sendo uma delas dedicada a David Robert Jones, ou seja David Bowie.
Com guitarra, efeitos e computador, o músico austríaco Christian Fennesz, apresentar-se-á na companhia do dinamarquês Arve Henriksens (em trompete, vozes e electrónica), com os dois a desenvolverem um fascinante e novo universo musical. Outra parceria que promete é aquela que irá juntar o mexicano Murcof, uma das figuras mais veneradas das electrónicas abstractas e dos ambientalismos, que se apresentará na companhia de uma pianista da clássica, a francesa Vanessa Wagner.
Um outro espectáculo singular tem o cunho português, com os históricos Pop Dell’Arte em parceria com Tiago Pereira e o Grupo Percussão de Valhelhas. O saxofonista britânico Evan Parker, referência do jazz mais livre, o duo dinamarquês Vanessa Amara, que manipula sons de órgãos de igreja, a artista sonora norueguesa Stine Janvin Motland, que opera apenas com voz humana, e a electrónica da dinamarquesa SOS Gunver Ryberg são outros destaques. Apesar de pouco conhecida por estes lados, a editora dinamarquesa Croatian Amor, que conecta panoramas ambientais com um requintado toque humano, ou os ingleses Strange U, uma dupla inglesa em que se destaca a presença do rapper Kashmere, pelos meandros do hip-hop mais alternativo e alucinado, poderão afirmar-se como duas das maiores surpresas. Uma sessão DJ com o inglês Richard Fearless (Death In Vegas) e concertos dos portugueses Bruno Pernadas, Pedro Rebelo ou Die Von Brau estão também para já confirmados.
Os nomes agora divulgados sucedem a outros que nos últimos anos passaram por Viseu como Nils Frahm, Holly Herndon, Lubomyr Melnyk, Steven Brown & Blaine L. Reininger ou Biosphere. Isto, claro está, no campo da música, porque os Jardins Efémeros são um evento multidisciplinar em que diversas práticas artísticas se interligam com a pedagogia citadina.