Os primeiros anos de fotografia de Annie Leibovitz como nunca se viram
Os Encontros de Fotografia de Arles, em França, preparam uma grande exposição sobre os primeiros 15 anos de trabalho da fotógrafa.
Annie Leibovitz já tinha alcançado a honra de pertencer às “Lendas Vivas” da Livraria do Congresso dos EUA, um clube no qual entrou apenas mais um fotógrafo, Gordon Parks. Agora, depois de a Fundação LUMA (da multimilionária suíça Maja Hoffmann) ter comprado os arquivos da fotógrafa americana, está a preparar-se nos Encontros de Fotografia de Arles, França, aquele que será o primeiro passo público do Living Archive Program: uma grande exposição sobre os primeiros 15 anos de trabalho de Leibovitz, que incluirá, claro, os anos dourados em que deu os primeiros passos na revista Rolling Stone e o caminho que aí trilhou até se tornar numa autora incontornável na construção de iconografia pop-rock dos anos 70 e início dos 80. Serão cerca de 8000 fotografias captadas entre 1968 e 1983 e que mostram desde manifestações anti-guerra do Vietname e a renúncia de Nixon à presidência dos EUA, até à intimidade de Yoko Ono e John Lennon (ele nu, enroscado nela, vestida e de cabelo solto pelo chão), numa sessão que decorreu horas antes de um dos fundadores dos Beatles ter sido assassinado.
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Annie Leibovitz já tinha alcançado a honra de pertencer às “Lendas Vivas” da Livraria do Congresso dos EUA, um clube no qual entrou apenas mais um fotógrafo, Gordon Parks. Agora, depois de a Fundação LUMA (da multimilionária suíça Maja Hoffmann) ter comprado os arquivos da fotógrafa americana, está a preparar-se nos Encontros de Fotografia de Arles, França, aquele que será o primeiro passo público do Living Archive Program: uma grande exposição sobre os primeiros 15 anos de trabalho de Leibovitz, que incluirá, claro, os anos dourados em que deu os primeiros passos na revista Rolling Stone e o caminho que aí trilhou até se tornar numa autora incontornável na construção de iconografia pop-rock dos anos 70 e início dos 80. Serão cerca de 8000 fotografias captadas entre 1968 e 1983 e que mostram desde manifestações anti-guerra do Vietname e a renúncia de Nixon à presidência dos EUA, até à intimidade de Yoko Ono e John Lennon (ele nu, enroscado nela, vestida e de cabelo solto pelo chão), numa sessão que decorreu horas antes de um dos fundadores dos Beatles ter sido assassinado.
A LUMA (que só divulgou um compósito de imagens da exposição pertencente à série Driving) explica num comunicado que esta colaboração com os artistas não se reduz à fotografia e incluiu várias áreas criativas, que vão desde a literatura ao design. Depois desta exposição (Annie Leibovitz Archive Project # 1: The Early Years), e assim que o edifício megalítico concebido pelo arquitecto Frank Gehry estiver pronto, no Verão de 2018, nos antigos estaleiros de reparação de comboios de Arles, a intenção da LUMA é disponibilizar toda a documentação adquirida a estudantes, investigadores, artistas e visitantes. Ou seja, tornar aberto, pesquisável e, sobretudo, vivo o arquivo de uma das marcantes e influentes fotógrafas da segunda metade do século XX.
Archive Project # 1: The Early Years será a primeira exposição a mostrar fotografias do início de carreira de Leibovitz, que começou em 1968, quando ainda cursava Fotografia no San Francisco Art Institute. Uma reportagem sobre os protestos contra a guerra no Vietname marcou a sua estreia numa revista que também dava nessa altura os primeiros passos, a Rolling Stone. Num estilo marcado pela “abordagem instintiva”, tanto no fotojornalismo de rua como no retrato, cobriu a campanha presidencial americana de 1972 ao lado do extravagante repórter Hunter S. Thompson e, no mesmo ano, o lançamento de um foguetão da última missão tripulada à Lua ao lado do refinado Tom Wolfe. No ano seguinte foi promovida a chief photographer da Rolling Stone e, partir de então, sucederam-se algumas das mais memoráveis imagens da década, onde se incluiu a série em que acompanhou a tour dos Rolling Stones de 1974.
A exposição, que promete ser tão megalómana como o edifício que vai acolher os seus originais, dará aos visitantes “a possibilidade de ver o trabalho de Leibovitz como um todo, ao mesmo tempo que permitirá o foco em imagens individuais”, diz a LUMA, que avança ainda que a concepção do espaço terá como inspiração o estúdio da fotógrafa em Nova Iorque. Matthieu Humery, director do Living Archive Program, será o responsável pela organização da mostra, que contará com o olhar de perto da fotógrafa. A editora Tashen publicará um catálogo da exposição e Annie Leibovitz será a convidada de honra da tradicional sessão de abertura dos Encontros de Arles no Theatre Antique, no dia 6 de Julho.