Agência de viagem de finalistas apresenta queixa contra hotel espanhol

Em causa está o incumprimento do contrato e a apropriação indevida do valor das cauções pagas pelos alunos.

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O hotel acusa os estudantes de terem causado danos no valor de 50 mil euros DR

A agência de viagens Slide In – responsável pela viagem de 1100 alunos do ensino secundário a uma estância de praia perto de Málaga – apresentou, na polícia de Torremolinos, uma queixa contra o Hotel Pueblo Camino Real. “Na mesma queixa foram colocadas duas situações: primeiro, o ressarcimento dos 35 mil euros da caução cobrados indevidamente aos alunos; em segundo, o incumprimento contratual do serviço de tudo incluído”, explica Nuno Dias, director da agência desde 2007.

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A agência de viagens Slide In – responsável pela viagem de 1100 alunos do ensino secundário a uma estância de praia perto de Málaga – apresentou, na polícia de Torremolinos, uma queixa contra o Hotel Pueblo Camino Real. “Na mesma queixa foram colocadas duas situações: primeiro, o ressarcimento dos 35 mil euros da caução cobrados indevidamente aos alunos; em segundo, o incumprimento contratual do serviço de tudo incluído”, explica Nuno Dias, director da agência desde 2007.

“Estão a classificar os alunos como vândalos e isso é uma informação falsa”, refere o sócio-gerente da Slide garante que o grupo não cometeu qualquer acto de vandalismo e que foram, até, bastante pacientes com a atitude do proprietário do hotel.

A polícia espanhola estimava que os danos provocados pelos finalistas rondam os 50 mil euros. O director da Slide In garante que esteve sempre disponível para ver os estragos e “averiguar responsabilidades e ressarcir o hotel dos seus danos”, mas, além de um quarto, nada lhe foi mostrado. 

Segundo o El País, os jovens terão quebrado azulejos, despejado extintores e atirado colchões pelas janelas. Fonte da unidade hoteleira admitia nunca ter visto "nada assim". Para compensar os estragos, o proprietário do hotel ficou com parte do valor de caução entregue por cada aluno (dos 50 euros, só serão devolvidos 12). “Estou curioso para ver como vão atestar e justificar a apropriação ilegítima, a meu ver, destes 35 mil euros de caução”, diz o director da agência de viagens, adiantando que se encontra de consciência tranquila em relação a esta situação.

Mas não posso aceitar a retenção deste valor sem uma justificação ou sem qualquer estudo técnico que faça uma valorização correcta que não a do hotel, sem fazer qualquer prova destes estragos”, afirma. Ao fim de cinco noites, a administração do hotel informou a agência que os estragos estavam avaliados em 7560 euros. Duas noites depois, a totalidade dos estragos ultrapassava os 50 mil euros, explica Nuno Dias, que não concorda com a dimensão dos valores apresentados.

O director da agência diz que “houve estragos mas nada de tão significativo como tem sido falado, longe disso” e que os únicos danos que viu eram “coisas residuais”, como vasos partidos ou beatas espalhadas no chão.

Hotel recebia finalistas pela primeira vez

Nuno Dias adianta que esta foi a primeira vez que este hotel recebeu alunos em viagem de finalistas. “No fundo, ele [o proprietário do hotel] queria que o grupo se comportasse como um relógio suíço. Mas esqueceu-se que estava a receber jovens entre os 17 e os 20 anos numa viagem de finalistas que só foram para este destino para se divertirem”, considera.

Diz que o proprietário deveria comunicar com a agência quando identificasse danos e não foi isso que aconteceu: “O proprietário identificava o dano, não nos mostrava e respondia com cortes no bar aberto, alteração dos horários contratados, e é natural que tenha havido revolta e alguma frustração do cliente que se traduzem em comportamentos inadequados”.

Nuno Dias faz questão de sublinhar que se refere unicamente ao proprietário da instalação que, diz, "foi gerindo o hotel durante a semana com uma arrogância extrema com a palavra de que os portugueses era maus e que comem muito, bebem muito". Por outro lado, afirma, "o director do hotel foi cooperante em tudo o que podia". 

Para além da caução, o director da Slide In garante que a queixa está igualmente relacionada com a falha do hotel na execução do que estava contratualizado. “Houve incumprimento por parte do hotel na prestação de serviços: havia menus repetitivos, não mudavam as toalhas de quarto, havia falta de limpeza, invasão da propriedade dos alunos”, exemplifica.

A queixa foi apresentada no sábado, 8 de Abril. O PÚBLICO contactou a polícia de Torremolinos, que se recusou a prestar declarações, indicando que deveria ser contactado o hotel, que também disse não poder adiantar mais informações. A conferência de imprensa agendada para esta segunda-feira pela administração do hotel não se realizou. Deverão ser prestadas mais declarações através de um comunicado. 

Anteriormente, foi noticiado que também a administração do hotel tinha apresentado uma queixa na polícia espanhola por causa dos estragos causados pelos estudantes.