Álvaro Almeida acusa Rui Moreira de ter "traído e enganado os portuenses”
Candidato independente à Câmara do Porto apoiado pelo PSD e PPM atira-se ao presidente da câmara, criticando a sua gestão. Diz que “não tem interesses económicos” na cidade e que se for eleito as suas decisões serão tomadas na “defesa do interesse do Porto".
Foi um discurso duro aquele que o candidato independente apoiado pelo PSD e pelo PPM, Álvaro Almeida, fez este sábado à tarde na apresentação da sua candidatura à Câmara do Porto. O independente que o PSD foi buscar à Faculdade de Economia do Porto (FEP) fustigou a gestão do actual presidente e tratou de dizer logo no início do seu discurso que “não tem interesses económicos na cidade”, numa alusão à Selminho, uma imobiliária da família de Rui Moreira que foi alvo de duas queixas no Ministério Público “[O facto de não ter interesses económicos na cidade] Isenta-me de conflitos de potenciais interesses. Todas as minhas decisões serão tomadas na defesa do interesse do Porto e dos portuenses, sem quaisquer outras motivações”, declarou.
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Foi um discurso duro aquele que o candidato independente apoiado pelo PSD e pelo PPM, Álvaro Almeida, fez este sábado à tarde na apresentação da sua candidatura à Câmara do Porto. O independente que o PSD foi buscar à Faculdade de Economia do Porto (FEP) fustigou a gestão do actual presidente e tratou de dizer logo no início do seu discurso que “não tem interesses económicos na cidade”, numa alusão à Selminho, uma imobiliária da família de Rui Moreira que foi alvo de duas queixas no Ministério Público “[O facto de não ter interesses económicos na cidade] Isenta-me de conflitos de potenciais interesses. Todas as minhas decisões serão tomadas na defesa do interesse do Porto e dos portuenses, sem quaisquer outras motivações”, declarou.
Estava dado o mote. Afirmando que concorre pela cidade onde nasceu, trabalha e reside “para servir e não para servir-se do Porto”, o professor da FEP mostra-se preocupado com o futuro de uma cidade que vê no turismo a solução para tudo - “o que é um erro” - e faz uma apreciação “negativa” da qualidade de vida dos portuenses. “A qualidade de vida não melhorou porque o actual executivo não está preocupado com os portuenses”, afirma, referindo que o “executivo só se interessa pela imagem e pela do seu presidente”.
Assumindo-se como um candidato que não concorre contra os partidos, Álvaro Almeida acusa a coligação que governa a autarquia de enganar os eleitores da cidade. E diz mesmo que os “portuenses foram traídos” porque, na sua opinião, “quem controla a Câmara do Porto é o PS”, com o qual Moreira tem um entendimento político pós-eleitoral. “O que hoje temos é uma inversão completa de princípios, da ética e da credibilidade na relação entre eleitos e eleitores.” E trata de recordar que os portuenses votaram num movimento cívico independente, ao qual atribuíram 39% dos votos, que derrotou o PS, o segundo mais votado com 22%.
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que pediu a Rui Rio para se sentar ao seu lado, também não poupou o presidente da câmara, criticando a sua falta de ambição por viver só da “herança” de Rui Rio. “O Porto está parado há quatro anos, um pouco como o que se passa no país. É preciso fazer mais do que aquilo que se herdou”, disse, acenando com o "risco de [a cidade] definhar”.
Defendendo que as pessoas devem estar “no centro da acção política”, Passos Coelho disse que a estratégia da actual maioria camarária passa apenas por gerir as “circunstâncias”. “No Porto vive-se hoje da herança que foi recebida e do adiamento. Nada se passa! Gere-se aquilo que é a conjuntura. E, portanto, uma vez que a herança era boa e que o Porto está na moda, pensa-se que com isto se constrói o futuro - e não é assim”, criticou Passos.
Para o fim, deixou uma crítica ao PS. “Um grande partido como o PSD nunca se demitiria da obrigação de disputar a Câmara do Porto”, disse o líder social-democrata, separando águas. “Vai uma grande diferença entre candidatar nas nossas listas uma personalidade independente que muito prezamos e respeitamos ou desistir de candidatar para apoiar um independente - são duas coisas muito distintas”.
Rui Rio, Paulo Rangel, António Tavares, Miguel Seabra, Amândio de Azevedo, Carlos Brito e Luís Montenegro eram algumas das figuras de proa do PSD que marcaram presença na primeira fila. Notada foi a ausência de Luís Filipe Menezes, mas o seu director de campanha em 2013, Pedro Duarte, e o seu candidato à Assembleia Municipal do Porto, José Pedro Aguiar-Branco, não faltaram.
Ausentes estiveram também o coordenador autárquico nacional social-democrata, Carlos Carreiras, e o vice-presidente do partido, Marco António Costa, que se encontra no Senegal a integrar a comitiva do Presidente da República.