Sinistralidade laboral diminuiu. Construção continua a liderar as estatísticas
Sinistralidade passou de 368 acidentes de trabalho mortais em 2000 para 160 em 2014, segundo a Pordata.
As estatísticas mensais com os acidentes de trabalho mortais, actualizadas em permanência pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), até faziam acreditar que em 2017 a situação poderia melhorar. Os meses de Janeiro a Março que registaram muito menos sinistros do que nos anos precedentes: nove em Janeiro, em vez dos 23 registados em Janeiro de 2016; três em 2017 contra os 17 em Fevereiro de 2016; oito em Março, em vez dos 14 registados em Março de 2016. Mas ainda Abril mal começou e as oito vítimas mortais registadas em Abril do ano passado estão perto de ser atingidas com o acidente de Lamego. Se a frieza das estatísticas não conta a história toda, de todas as situações, a verdade é que aponta para caminhos claros: a sinistralidade laboral diminuiu muito em Portugal (passou de 368 acidentes de trabalho mortais em 2000 para 160 em 2014, segundo a Pordata) e há sectores de actividade que se mantêm teimosamente no topo dos registos.
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As estatísticas mensais com os acidentes de trabalho mortais, actualizadas em permanência pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), até faziam acreditar que em 2017 a situação poderia melhorar. Os meses de Janeiro a Março que registaram muito menos sinistros do que nos anos precedentes: nove em Janeiro, em vez dos 23 registados em Janeiro de 2016; três em 2017 contra os 17 em Fevereiro de 2016; oito em Março, em vez dos 14 registados em Março de 2016. Mas ainda Abril mal começou e as oito vítimas mortais registadas em Abril do ano passado estão perto de ser atingidas com o acidente de Lamego. Se a frieza das estatísticas não conta a história toda, de todas as situações, a verdade é que aponta para caminhos claros: a sinistralidade laboral diminuiu muito em Portugal (passou de 368 acidentes de trabalho mortais em 2000 para 160 em 2014, segundo a Pordata) e há sectores de actividade que se mantêm teimosamente no topo dos registos.
É o caso do sector da construção, que continua a liderar o número de vítimas mortais, não perdendo o pódio nem depois dos índices de produção terem caído para quase metade. A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário diz que a particular perigosidade da construção civil e obras públicas “é uma realidade” e que “os riscos objectivos que apresenta” a transformam “num dos sectores com maior risco de ocorrência de acidentes de trabalho”.
Ao PÚBLICO, o presidente da confederação quis, no entanto, sublinhar o grande esforço que tem vindo a ser feito em prol da melhoria das condições de segurança, e que isso explica a diminuição efectiva do número de acidentes de trabalho ao longo dos últimos anos. “Mas ainda há muito por fazer”, admitiu Reis Campos, apontando para “a luta contra o trabalho clandestino, a informalidade e a concorrência desleal” como uma prioridade, voltando a defender a alteração da lei dos alvarás.