Presidente do Eurogrupo tem de ser do Sul, defende Maria João Rodrigues
Em entrevista à Antena 1, a oitava eurodeputada mais influente — segundo a Politico — abre a porta à indicação de Luís de Guindo, apesar de não ser socialista, e defende um orçamento para a zona euro para dar aos países meios para investir.
Maria João Rodrigues acha “inaceitável” a narrativa de que os problemas que os países do Sul têm sofrido é culpa deles e defende que o próximo presidente do Eurogrupo deve “compreender o Sul e de preferência ser da família socialista”. “Mas se não houver alguém do Sul e socialista, alguém que seja do Sul” , defendeu, em entrevista à Antena 1, a oitava eurodeputada mais influente entre os 751 membros do Parlamento Europeu segundo a revista Politico.
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Maria João Rodrigues acha “inaceitável” a narrativa de que os problemas que os países do Sul têm sofrido é culpa deles e defende que o próximo presidente do Eurogrupo deve “compreender o Sul e de preferência ser da família socialista”. “Mas se não houver alguém do Sul e socialista, alguém que seja do Sul” , defendeu, em entrevista à Antena 1, a oitava eurodeputada mais influente entre os 751 membros do Parlamento Europeu segundo a revista Politico.
A eurodeputada não refere o nome de Mário Centeno, depois de o primeiro-ministro ter dito, em entrevista à Renascença, que “não é uma prioridade” e que prefere tê-lo com liberdade para tratar questões europeias. Assim, e à falta de grandes alternativas, avança com a sugestão do ministro italiano das Finanças, também socialista, Pier Carlo Paduan. Mas deixa em aberto a possibilidade, cada vez mais provável, de o sucessor do holandês Jeroen Dijsselbloem vir a ser Luís de Guindo, o ministro das Finanças espanhol — afecto à família política do PPE.
Maria João Rodrigues defende “uma outra Europa” para a qual será necessário um orçamento da zona euro, “que está por criar”, para dar aos países “meios para investir” que são “absolutamente essenciais” para Portugal poder “fazer o que tem de ser feito em matéria de investimento público”.
Esse orçamento é também, acrescenta, uma garantia fundamental para o momento em que o Banco Central Europeu decida reduzir o programa de compra de dívida.
Para já, Maria João Rodrigues não tem dúvidas de que Portugal vai sair do Procedimento de Défice Excessivo. Mas sem falsas expectativas: “Não tenho dúvidas quanto à saída, mas a exigência para a consolidação orçamental vai prosseguir”, embora com “mais margem e um baixar de juros”.
Sobre o "Brexit", a influente eurodeputada considera que “a União Europeia não pode incorrer no erro de perder mais tempo com o Reino Unido” e deve concentrar-se “nos seus problemas centrais”.
O caso Novo Banco, onde a DGCOM – a Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia – obrigou a que o Estado não pudesse ter voz activa no futuro do banco, reforça nela a “ideia de que a Europa tem de mudar” e que é preciso dimensão europeia com outra Europa, “que tem de cuidar primeiro da sua coesão social interna” sob pena de não conseguir fazer face aos desafios.
Outra nota forte desta entrevista à Antena1 é a crítica à coligação socialista com o PPE ao nível europeu. Maria João Rodrigues considera que, quer na Europa quer em Portugal, a liderança socialista deve ser “de uma alternativa com perspectiva europeia, fazendo alianças à esquerda e indo buscar aliados ao centro-direita”. Isso resulta porque, afirma: “Faço isso todos os dias no Parlamento Europeu!".