Estudantes de Coimbra criam sistema de previsão de cheias no Mondego

Instalação de sensores em vários pontos do rio permite recolha de dados em tempo real.

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sergio azenha

Três estudantes da Universidade de Coimbra juntaram-se para criar um sistema de baixo custo de monitorização do nível das águas do rio Mondego. O sistema é composto por um conjunto de cinco sensores em vários pontos do rio, que transmitem dados em tempo real sobre o caudal e que podem ajudar a prevenir situações de cheia.

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Três estudantes da Universidade de Coimbra juntaram-se para criar um sistema de baixo custo de monitorização do nível das águas do rio Mondego. O sistema é composto por um conjunto de cinco sensores em vários pontos do rio, que transmitem dados em tempo real sobre o caudal e que podem ajudar a prevenir situações de cheia.

Rui Sousa, um dos estudantes do Departamento de Engenharia Electrotécnica da Universidade de Coimbra, explica que a ideia surgiu no rescaldo das inundações do início de 2016, que causaram cerca de 2 milhões de prejuízos, sendo que grande parte dos danos verificou-se em equipamento público. Tendo em conta que o impacto de uma descarga da barragem da Aguieira demora cerca de quatro horas a fazer-se sentir em Coimbra, os estudantes procuraram uma “forma mais prática de avisar as pessoas quando isso acontece”.

Para já foi apenas instalado um dos sensores. O protótipo, que funciona a energia solar, está a captar dados junto do Parque Manuel Braga, na margem do Mondego. Os restantes serão instaladas até Dezembro na barragem da Aguieira, na foz do rio Alva, na do Ceira, a montante de Coimbra, e no Açude-Ponte, a jusante. Para isso, refere Rui Sousa, o grupo está em conversações com a Agência Portuguesa do Ambiente e com a EDP, empresa concessionário da Aguieira e menciona que é necessário o interesse por parte de responsáveis para investir na iniciativa.

Cada sensor tem um custo de 200 euros, sendo que o sistema completo, que ainda está em fase de desenvolvimento, tem um custo estimado entre 12 e 15 mil euros por ano, incluindo instalação, manutenção e servidores.

O sensor funciona de forma semelhante aos instalados nos carros para estacionar, explicam os estudantes. A recolha de dados é feita em tempo real, a cada minuto, são depois enviados pela rede móvel para o servidor central, “são processados por inteligência artificial e ficam disponíveis na plataforma”.

A iniciativa dos estudantes desenvolveu-se a partir de uma start-up instalada no Instituto Pedro Nunes no âmbito de um programa de apoio ao empreendedorismo dinamizado pela Vodafone, que fornece os meios técnicos de telecomunicações.

Mais um piso para os bares do Parque Verde

O sistema de sensores foi apresentado no Museu da Água, no Parque Manuel Braga, a poucos metros dos estabelecimentos do Parque Verde, que no ano passado voltaram a ser inundados e que ficaram inutilizados desde então.

A câmara vai avançar para a construção de um piso superior nos bares, de forma a que estes possam manter-se em funcionamento parcial, mesmo durante período de cheias. A hipótese já tinha sido avançada pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado e o primeiro passo foi dado na segunda-feira, na reunião do executivo, com a aprovação da aquisição de serviços para a elaboração de projectos de execução da ampliação dos edifícios de restauração e a requalificação dos pisos envolventes.

Informação publicada pela autarquia já nesta semana detalha que os cinco estabelecimentos comerciais vão receber quatro módulos na cobertura, acompanhados de esplanadas, sendo que fica de fora da intervenção o espaço mais pequeno, que era ocupado por uma gelataria.

O Parque Verde é da autoria do gabinete de arquitectos MVCC, de Mercês Vieira e Camilo Cortesão, e é a mesma dupla que fica agora responsável por elaborar o projecto para a construção de um segundo piso. Entre outros aspectos, a intervenção implica a transferência das cozinhas para o piso superior, de novos acessos, bem como a instalação de casas de banho em cada estabelecimento (o complexo do Mondego era servido por uma casa de banho pública, que também vai ser recuperada).