Da joelhada de Marco Gonçalves à cabeçada a Proença: o historial recente das agressões contra árbitros
A agressão do jogador do Canelas ao árbitro José Rodrigues é o 43.º caso do género só durante a presente temporada.
A agressão cometida este domingo pelo jogador do Canelas 2010, Marco Gonçalves, durante a partida entre a equipa gaiense e o S. C. Rio Tinto, é já o 43.º caso de ofensa à integridade física contra árbitros registado pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) só na presente época de 2016/17. E somando agressões a actos de intimidação, a APAF já contabilizava em Março 52 participações de incidentes a envolver equipas de arbitragem.
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A agressão cometida este domingo pelo jogador do Canelas 2010, Marco Gonçalves, durante a partida entre a equipa gaiense e o S. C. Rio Tinto, é já o 43.º caso de ofensa à integridade física contra árbitros registado pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) só na presente época de 2016/17. E somando agressões a actos de intimidação, a APAF já contabilizava em Março 52 participações de incidentes a envolver equipas de arbitragem.
No domingo, o dirigente da APAF Luciano Gonçalves dizia à Lusa que a agressão ao árbitro José Rodrigues era um acto "vergonhoso para o futebol e [que] não pode voltar a acontecer".
"As instâncias têm que pôr mão nisto de alguma forma. Estas situações estão a passar o âmbito desportivo e têm que terminar. Porque corremos o risco que um dia apareça um árbitro morto num qualquer relvado", alertou.
Antes do incidente de domingo, o ano de 2017 já estava a ser marcado por episódios graves de violência contra árbitros. A 5 de Janeiro, num centro de treinos na Maia, elementos com adereços identificativos dos Super Dragões ameaçaram de morte o árbitro Artur Soares Dias.
A 2 de Março, depois do Benfica ter derrotado o Estoril por 2-1 na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, o árbitro do encontro, Jorge Ferreira, viu o estabelecimento do seu pai ser vandalizado. Com tinta azul, foi escrita a frase “Aqui venera-se Calabote”, o número 86 e as inicias “SD”, em referência à claque dos Super Dragões, afecta ao FC Porto.
“Não tenho medo, não tenho receio. Agora temo pela integridade física dos meus mais próximos. Sinto-me triste”, reagiu na altura Jorge Ferreira.
A 11 de Março, depois de um jogo que opôs o Vila Chã de Sá ao Molelos, equipas da 2ª divisão distrital, um adepto agrediu o árbitro do encontro, Luís Fonseca, da Associação de Futebol de Viseu (AF Viseu). Como o Record avançou na altura, o acto ocorreu já depois do final do jogo, fora do estádio. Num vídeo partilhado pela SIC, vê-se o agressor a dar uma cabeçada ao juiz e a ameaçá-lo com um pau.
Já antes da presente época, vários casos de maior ou menor gravidade de violência contra árbitros manchavam a história recente do futebol português. Em 2011, o agora presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, foi agredido à cabeçada por um adepto do Benfica no centro comercial Colombo, nas imediações do Estádio da Luz.
No Mundial de 2002, ao representar as cores nacionais no Mundial desse ano, João Pinto terá dado um soco no juiz do Portugal-Coreia do Sul, último jogo da fase de grupos, depois de ter sido expulso da partida. O jogador foi suspenso por quatro meses.