Assunção Cristas diz que Governo "falhou em toda a linha" na venda do Novo Banco
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, afirmou esta sexta-feira que o Governo "falhou em toda a linha" na venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, por "não ter atingido nenhum dos objectivos a que se propôs".
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A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, afirmou esta sexta-feira que o Governo "falhou em toda a linha" na venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, por "não ter atingido nenhum dos objectivos a que se propôs".
"Na perspectiva do CDS o Governo falhou em toda a linha nesta matéria. Não atingiu nenhum dos objectivos a que se propôs. Fez uma má negociação", afirmou Assunção Cristas em Ponte de Lima. A líder centrista, que falava à margem de um jantar que assinala a tomada de posse da nova comissão política distrital do partido, salientou que o Governo "não vendeu o banco na sua totalidade como se tinha proposto, vendeu apenas 75% e não encaixou um cêntimo sequer para o Fundo de Resolução"
"Pelo contrário, o Fundo de Resolução, que é detido por todos os bancos do sistema financeiro, e é bom lembrar que um deles é um banco 100% público e chama-se Caixa Geral de Depósitos, ficam responsáveis por calotes que podem ir até aos 3800 milhões de euros durante oito e, portanto, não é uma responsabilidade pequena", sustentou.
A presidente do CDS-PP reagiu às declarações do primeiro-ministro sobre a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star. António Costa disse que "não terá impacto directo ou indirecto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes, constituindo "uma solução equilibrada".
António Costa falava aos jornalistas em São Bento, tendo ao seu lado o ministro das Finanças, Mário Centeno, pouco depois de o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ter confirmado a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star. Na sua declaração inicial, o primeiro-ministro defendeu que o acordo de venda do Novo Banco cumpre "as três condições colocadas pelo Governo" em Janeiro passado, sendo uma delas de que este processo "não terá impacto directo ou indirecto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes".
Assunção Cristas acrescentou que "uma parte central desta negociação é uma incógnita que tem a ver com os obrigacionistas poderem ou não, voluntariamente, aderir a um plano que valerá mais 500 milhões de euros". "Não se sabe o que acontece se eles não aderirem a esse banco", frisou.
Cristas disse ainda que fica "a dúvida sobre se os ruídos que acompanharam todo o processo negocial em relação à nacionalização ou à possível nacionalização do banco por um lado e, por outro lado, estas condições de chegada que são muito diferentes das condições de partida se tivessem sido colocadas no início se não teríamos mais interessados para negociar com o Banco de Portugal e com o Fundo de Resolução". "Todas estas questões parece-nos que levam a que, de facto, este não seja um episódios bem-sucedido como aliás nenhum dos episódios em que o Governo se tem envolvido em matéria de banca", referiu.
A líder centrista sublinhou que "o CDS sempre defendeu a venda total do banco e que o sistema bancário português deve ter um banco 100% público, que é a Caixa Geral de Depósitos mas, em relação, ao resto não deve ter participações nos bancos e defendeu uma solução que não tivesse nenhum impacto nem para os contribuintes nem para as contas públicas". "Ora, o Fundo de Resolução consolida nas contas do Estado e portanto se for necessário emprestar mais dinheiro para fazer face a calotes até 3800 milhões de euros certamente que isso vai ter algum impacto quer no défice, quer na dívida", concluiu.