Novo Banco: "Não é verdade que o Estado fique sem poder sobre nada"

Ministro das Finanças confirma que o Estado ficará com 25% do Novo Banco, mas não que fique sem uma palavra a dizer quanto ao seu futuro. Lone Star é parceiro confiável, acredita o ministro.

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Nuno Ferreira Santos

Portugal foi o único país do euro que conseguiu atrair para o sistema bancário capital estrangeiro durante o ano de 2016, sublinha o ministro das Finanças, feliz com o evoluir das negociações.

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Portugal foi o único país do euro que conseguiu atrair para o sistema bancário capital estrangeiro durante o ano de 2016, sublinha o ministro das Finanças, feliz com o evoluir das negociações.

Devemos ver como um sucesso que o Novo Banco seja vendido, mas com uma participação de 25% do Estado e sem poder mandar em coisa nenhuma?
Está a tirar uma conclusão que não sabe se é verdadeira ou não. Posso garantir-lhe que não é verdadeira.

Não vai ficar com 25%?
Não é isso. Tendo 25%, não é verdade que não tenha responsabilidades sobre nada no Novo Banco. Falaremos nisso quando...

Não é verdade que não fique a mandar nada?
A negociação está a decorrer a bom ritmo, e envolve muitas partes. Nunca comentei negociações que tenho a correr. O que lhe posso garantir é que neste momento — e como resulta do comunicado que o Governo emitiu logo no início do ano  as preocupações que o Governo tem neste processo são com a estabilidade do sistema financeiro, a estabilidade da instituição e com a sua continuidade. Depois, preocupações com o dinheiro dos contribuintes e o envolvimento financeiro que o Estado possa ter. Todas estas vertentes vão ser acauteladas e consideradas na conclusão do negócio.

O Lone Star é um investidor confiável para o Estado português?
Com certeza que sim, o Lone Star é um investidor internacional...

Classificado como "fundo abutre" por parceiros parlamentares deste Governo.
Os mercados têm todos um aspecto predatório, numa certa dimensão. Ao contrário do que diz o líder da oposição, os mercados não são a história da carochinha  são matérias sérias e têm de ser tratadas como tal. Sendo um investidor internacional, tendo presença bancária em mercados europeus, não temos objecção a levantar nessa matéria.

O máximo de tempo que ficam num país é oito anos...
Não sei se há alguma evidência disso, mas já estão há tanto tempo quanto isso na Alemanha e estão, que eu saiba, para durar. A questão que gostava de realçar é esta: Portugal foi o único país do euro que conseguiu atrair para o sistema bancário capital estrangeiro durante o ano de 2016. De todos os continentes e para um número muito grande de instituições bancárias. E isso é um grande sucesso. É um enorme sucesso e de confiança no país. Portanto, não percebo muito bem quando dizem que há uma falta de confiança... não, há uma enorme confiança no sistema financeiro nacional.