Uma mama gigante para lembrar que amamentar em público é natural
Uma agência britânica levou a peito a missão de combater o estigma associado à amamentação em público, ao colocar uma versão gigante de um seio feminino insuflável no topo de um edifício em Londres.
Foi através de uma mama gigante, pousada em cima de um edifício na zona de Shoreditch, em Londres, que uma agência criativa decidiu passar a mensagem de que amamentar em público é algo natural. A acção foi lançada no domingo, data em que se celebrou o Dia da Mãe no Reino Unido (tradicionalmente, ao quarto domingo depois do início da Quaresma).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Foi através de uma mama gigante, pousada em cima de um edifício na zona de Shoreditch, em Londres, que uma agência criativa decidiu passar a mensagem de que amamentar em público é algo natural. A acção foi lançada no domingo, data em que se celebrou o Dia da Mãe no Reino Unido (tradicionalmente, ao quarto domingo depois do início da Quaresma).
“É inacreditável que em 2017 as mães britânicas ainda se sintam observadas e julgadas quando amamentam em público”, lê-se numa nota publicada no site da agência Mother London.
À espreita no topo da esquina de um edifício, a mama insuflável com um mamilo saliente era difícil de ignorar. Perto do local onde estava pousada a versão com alguns metros de um peito feminino, estavam afixados cartazes com a hashtag #FreeTheFeed ("libertem a alimentação", numa tradução livre) e uma mensagem: “Esta é uma celebração do direito de todas as mulheres de decidir como e quando devem alimentar as suas crianças sem se sentirem culpadas ou envergonhadas pelas suas decisões parentais”.
Apesar daquela rede de agências criativas também estar presente em Nova Iorque e Buenos Aires, a iniciativa decorreu somente em Londres.
Amamentar em público para alimentar a aceitação
Esta não é a primeira campanha que procura sensibilizar a opinião pública para a temática da amamentação. Em Agosto do ano passado, foi marcado um Encontro Nacional de Amamentação em 18 locais de norte a sul de Portugal, numa tentativa de normalizar o acto. “Se já são muitas as dificuldades sociais que as mães enfrentam por terem de começar a trabalhar cedo e deixarem os filhos, não nos podemos agora fechar em casa sempre que temos que amamentar”, dizia, à data, uma das organizadoras do encontro, Rita Oliver.
O site Loove, criado por dois portugueses, partilha fotografias que realçam a intimidade partilhada por mães e filhos durante o acto de amamentar, independentemente de onde estejam. Um projecto fotográfico semelhante foi lançado em 2015. É o “Mamaço no Espaço” e publica fotografias de momentos de amamentação em público, tentando combater olhares de reprovação e comentários desagradáveis.
Em Setembro de 2016, a Câmara Municipal de Lisboa colocou pelas ruas alguns cartazes em que figurava a fotografia de um casal, estando a mãe da criança a amamentar em público, perto da Torre de Belém. Os cartazes surgiram depois de a autarquia se associar a uma iniciativa dos centros de saúde de Lisboa e Oeiras, intitulada “Aleitamento materno: presente saudável, futuro sustentável”.
É precisamente por ser considerado saudável que a Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebés sejam amamentados em exclusivo com leite materno até aos seis meses de idade. Só depois desse período é que se deve fazer a introdução de alimentação complementar.
A discussão sobre a amamentação em público também tem estado acesa em outros países, como os Estados Unidos, o Brasil ou o Reino Unido. A 23 de Julho de 2016, centenas de mulheres amamentaram em locais públicos na Argentina, depois de a polícia ter proibido uma mãe de o fazer numa praça. No Brasil, algumas cidades têm leis que protegem as mães que amamentam em público e multam estabelecimentos comerciais que o proíbam.