Centeno: Capitalização da Caixa fechada quinta-feira
O ministro das Finanças fez o anúncio durante uma entrevista à Bloomberg TV.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciou que a capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ficará concluída esta quinta-feira. As declarações foram feitas numa entrevista à Bloomberg TV durante a manhã desta quarta-feira. Mário Centeno afirmou que o fecho da capitalização aconteceria já esta quarta-feira, mas terá confundido as datas, escreve o Jornal de Negócios.
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O ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciou que a capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ficará concluída esta quinta-feira. As declarações foram feitas numa entrevista à Bloomberg TV durante a manhã desta quarta-feira. Mário Centeno afirmou que o fecho da capitalização aconteceria já esta quarta-feira, mas terá confundido as datas, escreve o Jornal de Negócios.
"A capitalização da Caixa será fechada hoje, precisamente", afirmou Centeno, referindo-se a quinta-feira. O ministro das Finanças realçou que é preciso "estabilizar o sistema financeiro" e "atrair investimento estrangeiro", lembrando a "sequência de eventos muito desafiante" enfrentada pelo Governo. A injecção de 2,5 mil milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos, conforme havia sido anunciado a 10 de Março, acontece, por isso, esta quinta-feira.
"Se recuarmos um ano podemos ver que houve várias instituições problemáticas no sector bancário de Portugal e conseguimos resolver cada uma destas dificuldades", assinalou Centeno.
O ministro destaca que será assim "muito mais fácil para a Caixa lidar com o crédito malparado", uma vez que a instituição bancária "tem cerca de um terço do malparado" da banca nacional "e pode agora [com o novo capital] lidar com isso".
A recapitalização da CGD é definida pelo Estado como "um plano de negócio que garante a sua competitividade através de uma reorganização do banco com o objectivo de recuperar a rentabilidade" e não é considerada uma "ajuda estatal", sublinhou à data o gabinete do ministro das Finanças. Desde 2011, o banco estatal perdeu 3878 milhões de euros.
A par da injecção de 2,5 mil milhões de euros, a CGD irá proceder à emissão de dívida subordinada num total de 930 milhões de euros, uma condição obrigatória imposta por Bruxelas. Destes, 500 milhões deverão ser já nas próximas semanas. A restante fatia deverá ser emitida durante os próximos 18 meses, sendo que estes instrumentos de dívida "não serão convertíveis em acções da CGD, o que mantém a instituição bancária totalmente pública.
Na entrevista, o ministro das Finanças falou ainda do "Brexit", assinalando o dia que marca o início "da navegação por mares desconhecidos" que deverá apenas fortalecer a União Europeia, aproveitando as oportunidades que surgirão. "A oportunidade é justamente para os líderes europeus perceberem que devemos dar um passo em frente" e reforçar a união monetária, exemplifica o ministro.
Mário Centeno abordou também o processo de venda do Novo Banco que, segundo o ministro, deverá ser assinado até ao final desta semana, confirmando assim o já tinha sido adiantado pelo primeiro-ministro, António Costa.
Notícia corrigida às 11h07: Título alterado de "quarta-feira" para "quinta-feira". O ministro das Finanças enganou-se na indicação do dia.