Encontros da Imagem de Braga outra vez sem liderança

As novas eleições marcadas para 11 de Abril são as terceiras desde a saída de Ângela Ferreira, em Dezembro.

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Foi convocada uma reunião para o dia 31 de Abril, na Casa dos Crivos, com o propósito de “analisar e discutir o actual estado” dos Encontros da Imagem Paulo Pimenta

O fotógrafo Rui Pires, presidente da direcção da Encontros da Imagem – Associação Cultural, que organiza anualmente o festival de fotografia com o mesmo nome em Braga, demitiu-se de funções, decisão que acabou por provocar a renúncia, por solidariedade, de outros membros dos restantes órgãos sociais. Perante a inexistência de condições de funcionamento colegial destes órgãos, o presidente da assembleia-geral, José Nuno Pinto, convocou novas eleições para o dia 11 de Abril.

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O fotógrafo Rui Pires, presidente da direcção da Encontros da Imagem – Associação Cultural, que organiza anualmente o festival de fotografia com o mesmo nome em Braga, demitiu-se de funções, decisão que acabou por provocar a renúncia, por solidariedade, de outros membros dos restantes órgãos sociais. Perante a inexistência de condições de funcionamento colegial destes órgãos, o presidente da assembleia-geral, José Nuno Pinto, convocou novas eleições para o dia 11 de Abril.

Numa mensagem dirigida aos associados, a que o PÚBLICO teve acesso, Rui Pires denuncia o “estado de ingovernabilidade” a que “novamente” chegou a direcção da associação e aponta o dedo ao vice-presidente Carlos Fontes, professor e fundador dos Encontros da Imagem, que este ano assinalam 30 anos desde a sua fundação, em 1987. Recorde-se que o escrutínio agendado para Abril é o terceiro acto eleitoral da associação desde que a anterior presidente da direcção, Ângela Ferreira, perdeu a liderança em Dezembro de 2016.

Segundo Pires, Fontes tem “adoptado uma postura de total bloqueio e oposição a tudo o que seja de opinião contrária à sua ou lhe saia de total controle pessoal”. Na mesma mensagem, o presidente demissionário afirma que Fontes “não permite que a decisão e escolha de nomes de fotógrafos seja da responsabilidade de terceiros”, ou seja, de curadores ou comissários a convidar para a próxima edição dos Encontros da Imagem, ainda sem data agendada. E denuncia ainda que o trabalho da direcção “tem vindo a decorrer num ambiente de crescente exaltação, agressividade, desconfiança, intimidação e ameaça, tornando insustentável qualquer reunião ou debate de ideias”.

Carlos Fontes, por seu lado, enviou esta quarta-feira um longo comunicado aos associados onde refuta as acusações de Pires, cujos argumentos, afirma, “pouco têm a ver com a realidade dos factos vividos”.

Para além do acto eleitoral de 11 de Abril para todos os órgãos sociais da Encontros da Imagem, o presidente da assembleia-geral convocou uma “reunião de associados” para "o dia 31" (sic) do mesmo mês, na Casa dos Crivos, com o propósito de “analisar e discutir o actual estado” do festival. Tal como o PÚBLICO noticiou no início de Março, as atribulações do processo de sucessão na direcção da Encontros da Imagem levaram a que a candidatura ao apoio da Direcção-Geral das Artes, uma das mais importantes fontes de financiamento do festival (cerca de 43 mil euros na última edição) tenha acabado por ficar na gaveta.

O PÚBLICO contactou o presidente da direcção demissionário e o vice-presidente, mas não conseguiu falar com nenhum deles.