Trump rasga política ambiental de Obama e revoga entraves às emissões poluentes
O Presidente norte-americano assina esta terça-feira um decreto que revoga várias medidas de protecção ambiental implementas pela Administração Obama.
O Presidente norte-americano Donald Trump assina esta terça-feira um decreto que irá desmantelar a política ambiental do seu antecessor, Barack Obama. O documento deverá incidir numa primeira fase sobre seis medidas aplicadas pelo democrata, revendo as estratégias de combate às alterações climáticas e de protecção ambiental adoptadas pelo anterior Presidente. Reformular o Plano de Energia Limpa (Clean Power Plan) e abandonar a política de redução de emissões de dióxido de carbono - alvo de contestação jurídica por parte de estados republicanos - serão duas prioridades.
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O Presidente norte-americano Donald Trump assina esta terça-feira um decreto que irá desmantelar a política ambiental do seu antecessor, Barack Obama. O documento deverá incidir numa primeira fase sobre seis medidas aplicadas pelo democrata, revendo as estratégias de combate às alterações climáticas e de protecção ambiental adoptadas pelo anterior Presidente. Reformular o Plano de Energia Limpa (Clean Power Plan) e abandonar a política de redução de emissões de dióxido de carbono - alvo de contestação jurídica por parte de estados republicanos - serão duas prioridades.
Ora, uma das principais figuras que liderou as acções legais contra a política de redução de emissões de dióxido de carbono foi precisamente Scott Pruit, um céptico acerca das alterações climáticas e o actual administrador da Agência de Protecção Ambiental norte-americana (EPA, na sigla em inglês). O nome escolhido por Trump para assumir a pasta do ambiente contestou, ainda enquanto procurador-geral do Oklahoma, a autoridade da agência que agora lidera e levou-a a tribunal mais de uma dezena de vezes durante os oito anos de Obama na Casa Branca.
A prioridade da Administração Trump será recuperar a independência energética do país, sublinha uma fonte da Casa Branca, que adiantou aos jornalistas alguns pormenores do decreto na segunda-feira, escreve o Washington Post.
“O Presidente tem sido muito claro. Não vai adoptar medidas de protecção ambiental e climática que coloquem em perigo a economia norte-americana. É simples”, acrescenta a CNN, citando a mesma fonte.
O decreto presidencial estipula ainda que as agências governamentais não são obrigadas a considerar o impacto ambiental das suas medidas e da regulação produzida, o que abre caminho à exploração de gás e petróleo em território federal (o que inclui vastas áreas florestais que servem de abrigo a espécies animais protegidas) e elimina as limitações impostas à extracção de gás de xisto através do chamado fracking, aponta a Associated Press a título de exemplo. Irá ainda ser retirada a menção ao “custo social” dos gases de efeito de estufa.
Uma das dúvidas que se mantém é se os EUA irão ou não abandonar o Acordo de Paris, uma possibilidade repetida pelo Presidente, que antes de chegar à Casa Branca referiu o aquecimento global como uma “farsa inventada pelos chineses” para prejudicar a economia norte-americana.
Segundo uma estimativa da consultora Rhodium Group, as medidas de Trump deverão diminuir o ritmo de redução das emissões poluentes até 2025 (por comparação com 2005) para 14%, face aos 21% que seriam alcançados com as medidas da Administração Obama.