Ronaldo e mais dez levaram suecos aos picos da ilha

Portugal chegou ao 2-0, com um golo do melhor do mundo e um brinde de Granqvist, mas acabou perdido com a turbulência da segunda parte, perante um convidado frio.

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Nenhum homem é uma ilha, nem mesmo Cristiano Ronaldo, o eleito, dono e senhor da pérola do Atlântico, figura de proa da narrativa que envolveu um jogo feito propositadamente à medida do melhor do mundo. Celebração que, definitivamente, não contava com tamanha frieza e até falta de emoções de uma Suécia que aterrou no Funchal disposta a ignorar que era mera convidada de um particular, regressando a casa com uma vitória totalmente inesperada sobre Portugal (2-3).

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Nenhum homem é uma ilha, nem mesmo Cristiano Ronaldo, o eleito, dono e senhor da pérola do Atlântico, figura de proa da narrativa que envolveu um jogo feito propositadamente à medida do melhor do mundo. Celebração que, definitivamente, não contava com tamanha frieza e até falta de emoções de uma Suécia que aterrou no Funchal disposta a ignorar que era mera convidada de um particular, regressando a casa com uma vitória totalmente inesperada sobre Portugal (2-3).

Fernando Santos, na sua indiferença e distanciamento do clássico, arriscou uma alteração profunda e radical, iniciando o jogo frente à tal Suécia rápida, táctica e estrategicamente forte (mesmo sem Lindelöf) com dez alterações em relação ao compromisso do Estádio da Luz, com a Hungria.

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Na prática foi uma espécie de Cristiano Ronaldo e mais dez, até porque o madeirense era mesmo o único que não podia faltar à festa dos Barreiros. O primeiro jogo internacional do filho pródigo em solo madeirense era, concomitantemente, uma ode ao virtuosismo de CR7 e um convite a mais uma proeza, ao igualar o alemão Miroslav Klose com 71 golos, ficando apenas com Sandor e Puskas para alcançar na perseguição a mais um recorde na qualidade de máximo goleador europeu ao serviço de uma selecção.

Sem surpresa, o filho da terra transformou uma assistência brilhante de Gelson Martins (titular pela primeira vez de “quinas” ao peito) no primeiro grande momento da noite (18’), que só não repetiu após primorosa assistência de João Cancelo... porque o guardião sueco não permitiu.

Apesar do arranque positivo e da contagiante atmosfera de incontido entusiasmo, nem tudo eram rosas, pois os suecos estiveram muito perto de boicotar a festa logo de início, desperdiçando um par de ocasiões flagrantíssimas.

Na baliza de Portugal, em estreia absoluta, Marafona não tremia, embora só na segunda parte fosse intimado a justificar a chamada, o que até conseguiu apesar dos dois golos encaixados, já depois de ter evitado no limite um par de acções de alto risco.

Mas antes do banho de gelo, Portugal ainda ampliaria a vantagem na sequência de mais uma iniciativa de Gelson Martins, o grande discípulo de Cristiano Ronaldo, a forçar um autogolo de Granqvist (34’).

Contra as expectativas mais optimistas, Ronaldo regressava para a segunda parte, para abandonar o relvado logo depois do primeiro golo da Suécia (57’). Portugal entrara, definitivamente, na fase de gestão de sensibilidades, com Eliseu e Danilo liberados para o clássico. Bernardo Silva e Moutinho também descansavam para a final da Taça da Liga francesa, deixando a dica perfeita para a entrada de Éder.

Atentos, os suecos mantiveram a frieza, aproveitando a turbulência que tomou conta do campeão europeu para abalar convicções e destruir a imagem criada em torno de um cenário idílico. Claesson, com um bis (marcou novamente aos 76’), tirava brilho à noite madeirense, embora o pior estivesse reservado para o último sopro do encontro, com Cancelo a retribuir a “gentileza” de Granqvist e a trair Marafona num autogolo que deixou os suecos positivamente nos picos da ilha.