Líder da oposição russa condenado a 15 dias de prisão
Protestos de domingo foram os maiores dos últimos anos na Rússia. O Kremlin acusa a oposição de contratar manifestantes e considera as marchas ilegais.
Alexei Navalni, líder da oposição russa ao regime de Vladimir Putin, foi esta segunda-feira condenado a 15 dias de prisão e uma multa no valor de 324 euros, depois de ter sido detido, no domingo, juntamente com cerca de mil pessoas em todo o país, quando milhares tomaram as ruas em protesto contra a corrupção, exigindo a demissão do primeiro-ministro Dmitri Medvedev. O activista estava acusado de organizar um protesto não autorizado e de desobediência às autoridades.
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Alexei Navalni, líder da oposição russa ao regime de Vladimir Putin, foi esta segunda-feira condenado a 15 dias de prisão e uma multa no valor de 324 euros, depois de ter sido detido, no domingo, juntamente com cerca de mil pessoas em todo o país, quando milhares tomaram as ruas em protesto contra a corrupção, exigindo a demissão do primeiro-ministro Dmitri Medvedev. O activista estava acusado de organizar um protesto não autorizado e de desobediência às autoridades.
Durante a audiência, relata a BBC, Navalni desafiou o juiz a convocar o primeiro-ministro russo como testemunha no seu processo para “explicar porque é que tantas pessoas se manifestaram”.
De acordo com a televisão britânica, o activista afirmou que que Medvedev deveria ser convocado como o principal instigador dos protestos, já que as suas “actividades corruptas é que levaram as pessoas às ruas de 99 cidades russas”, argumenta. Navalni defendeu ainda que as centenas de pessoas detidas nos protestos deveriam ter os seus casos analisados pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
O activista publicou uma selfie num tribunal em Moscovo, esta manhã, antes do julgamento. “Há-de chegar o momento em que vamos pô-los a eles em tribunal (mas de forma honesta)”, escreveu no Twitter, de acordo com o jornal The Guardian.
O Kremlin rejeitou, esta segunda-feira, os apelos dos EUA e da União Europeia para que Moscovo libertasse os manifestantes. As manifestações, em várias cidades do país, de Moscovo a Vladivostok, foram consideradas "actos ilegais" pelas autoridades, pelo que os manifestantes já sabiam que poderiam ser detidos.
Bruxelas tinha exigido, esta segunda-feira, a libertação “sem demoras” das pessoas detidas nos protestos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que os protestos de domingo foram “uma provocação”, acusando a organização de pagar a jovens para participarem. “O que vimos em vários lugares este domingo - especialmente em Moscovo - foi uma provocação e uma mentira", acusa.
Citado pela Reuters, Peskov sublinha que as autoridades temem que os activistas da oposição tentem novamente encorajar os russos a violar a lei, mas afirma que o Kremlin vai ouvir as queixas dos que saíram às ruas em protesto.
Alexei Navalni, advogado e blogger, e efectivamente líder da oposição a Vladimir Putin, ganhou notoriedade por investigar e denunciar na internet a corrupção das elites russas e dos empresários próximos do Kremlin. Tornou-se a figura mais forte da oposição durante as manifestações de 2011, e disputou a presidência da câmara de Moscovo dois anos depois.
Em 2016, o activista declarou que iria candidatar-se à presidência nas eleições de 2018, nas quais Vladimir Putin deverá concorrer a um novo mandato de seis anos. Mas essa tentativa foi dificultada por ter sido de novo condenado em Fevereiro por corrupção, na repetição do julgamento a que foi sujeito em 2013. activista diz tratar-se de uma farsa, para o tentar afastar das próximas eleições presidenciais.
O político disse não reconhecer a sentença e reafirmou a intenção de manter a sua candidatura, embora não tenham sido dados pormenores de como o poderá fazer.