Desta vez, a Hungria não foi capaz de incomodar Portugal

Depois do melodrama com um final feliz de Lyon, a selecção nacional demonstrou a sua actual superioridade face aos húngaros, com Ronaldo e André Silva a fazerem os golos do triunfo folgado.

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Desta vez, não houve melodrama, sofrimento ou aflições, como na derradeira partida da fase de grupos do Europeu de França. Cristiano Ronaldo e André Silva desbarataram a defesa da Hungria, no Estádio da Luz, e assinaram o tranquilo triunfo, por 3-0. Uma vitória que permite manter a pressão sobre a Suíça, que também venceu nesta ronda e manteve os três pontos de vantagem sobre Portugal.

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Desta vez, não houve melodrama, sofrimento ou aflições, como na derradeira partida da fase de grupos do Europeu de França. Cristiano Ronaldo e André Silva desbarataram a defesa da Hungria, no Estádio da Luz, e assinaram o tranquilo triunfo, por 3-0. Uma vitória que permite manter a pressão sobre a Suíça, que também venceu nesta ronda e manteve os três pontos de vantagem sobre Portugal.

O fantasma do anterior encontro entre as duas selecções, no Euro 2016, chegou a pairar, este sábado, no Estádio da Luz, mas não durou muito. Foi cerca de meia-hora de incerteza e nada mais. O melodrama de Lyon, onde a selecção nacional caminhou por largos períodos bem perto do abismo de uma vergonhosa eliminação, acabando por salvar-se e partir para uma campanha gloriosa que lhe valeu o troféu, estava fresca na memória dos dois conjuntos.

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Os húngaros, para quem este jogo era fundamental para as suas aspirações de regressar a um Mundial, depois do México 1986, acreditaram que conseguiriam repetir a proeza frente a Portugal. A estratégia passava por enervar o conjunto nacional, assumindo a posse de bola desde o apito inicial e apostando numa toada lenta, bem longe da baliza de Rui Patrício. E os magiares até começaram por surpreender a selecção de Ronaldo, que demorou algum tempo a reagir a uma defesa de três centrais e impor os seus amplos argumentos.

Fernando Santos conservador no "onze"

Com um “onze” bastante conservador, Fernando Santos não deu particular atenção ao actual momento de forma ou utilização nos respectivos clubes de algumas das suas referências na equipa (mais de metade foi titular na anterior partida com os húngaros). Contra muitos prognósticos, ficaram no banco elementos como Nélson Semedo, Danilo, Pizzi e mesmo Bernardo Silva, um dos imprescindíveis de Leonardo Jardim no super-Mónaco desta temporada.

A maior novidade do técnico acabou por ser a aposta na titularidade de Ricardo Quaresma, mantendo André Silva a apoiar um vagabundo CR7 na frente atacante.

Um trio que procurou remar contra a corrente de um jogo muito mastigado, imposto pelo adversário, construindo as principais jogadas atacantes de Portugal. A cruzamento de Quaresma, Ronaldo falhou de cabeça, por muito pouco, o alvo, aos 20’. Mas, 11 minutos depois, seria o próprio capitão a redimir-se e a iniciar a jogada do primeiro golo: tirou do caminho o estreante Paulo Vinícius (um brasileiro naturalizado húngaro no início deste mês), solicitou Raphaël Guerreiro, na esquerda, e o lateral cruzou rasteiro para André Silva encostar para as redes, ao segundo poste (31’).

E o ponta-de-lança do FC Porto voltou a demonstrar que tem faro de golo nesta selecção, quando recebeu um passe longo de Cédric que atrasou de calcanhar para CR7 rematar forte, de pé esquerdo, para o 2-0.

O portão húngaro tinha sido definitivamente aberto, apesar do jogo português não deslumbrar, faltando agressividade à perda de bola e revelando alguma lentidão de processos. A vantagem ao intervalo era, mesmo assim, inteiramente justa e premiava a única equipa que mostrava querer ganhar o encontro.

Os húngaros pareceram regressar do balneário com outra disposição, voltando a pegar no jogo, levando a bola para o meio-campo da selecção nacional, mas a hipótese de uma recuperação milagrosa foi rapidamente desfeita. Aos 64’, um livre apontado por Cristiano Ronaldo, perto do vértice direito da grande-área, tabelou no poste esquerdo e voltou a gritar-se golo no Estádio da Luz.

A Hungria selou o seu destino no grupo e viu fugir os dois primeiros classificados. Portugal mantém a pressão sobre a Suíça, que já havia batido a Letónia (1-0), instantes antes da partida de Lisboa e continua a depender de si próprio para alcançar o apuramento directo para a Rússia. Agora, até à partida final desta qualificação, que irá colocar, frente-a-frente, os dois candidatos à fase final, é imprescindível não escorregar.

Figura do jogo

O “capitão” português já havia salvo a selecção em Lyon, com dois golos que mantiveram a equipa no Euro 2016 e motivaram uma caminhada gloriosa rumo à final e ao título. Ontem, no Estádio da Luz, voltou a ser fundamental na definição de um triunfo fundamental para as aspirações de um apuramento directo para o Mundial do próximo ano. Marcou outros dois golos e esteve na jogada do primeiro. Mesmo não estando a protagonizar uma temporada fulgurante no Real Madrid, para os seus parâmetros, continua a escrever páginas douradas com Portugal. Chegou aos 70 golos com a camisola nacional. A única derrota de Fernando Santos nesta qualificação ocorreu na Suíça (2-0), onde CR7 não marcou presença.

O jogo ao minuto, tal como o seguimos.