Pedro Marques sem respostas para o envelhecimento da frota da CP
Trabalhadores da EMEF foram os heróis da festa de apresentação do “novo” Alfa Pendular, numa cerimónia marcada por palavras de circunstância do ministro Pedro Marques, que não anunciou novos investimentos em material circulante para a CP.
Eram 11 horas e 7 minutos quando o primeiro Alfa Pendular remodelado entrou na linha número 3 da estação de Santa Apolónia, ao som de uma banda sonora apoteótica e com uma salva de palmas das cerca de 300 pessoas que assistiram à cerimónia.
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Eram 11 horas e 7 minutos quando o primeiro Alfa Pendular remodelado entrou na linha número 3 da estação de Santa Apolónia, ao som de uma banda sonora apoteótica e com uma salva de palmas das cerca de 300 pessoas que assistiram à cerimónia.
Os “passageiros” que dele saíram foram 35 trabalhadores da EMEF que participaram durante nos últimos seis meses na reconstrução de um comboio que já tem 18 anos, mas que foi praticamente reconstruído. Minutos antes, o presidente da CP, Manuel Queiró, tinha sublinhado a forte incorporação nacional (cerca de 90%) neste investimento de 18 milhões de euros que durará até 2019, até que o último dos dez comboios pendulares seja remodelado.
Se fossem comprados hoje, cada Alfa Pendular custaria 15 milhões de euros. Mas a sua revisão, que lhes prolonga o período de vida útil por mais duas décadas, custa menos de dois milhões, disse o presidente da CP, que fez questão de referir que este investimento paga-se a si próprio com as receitas da operação.
O gestor disse ainda que a empresa tem o dever de responder à crescente procura dos últimos anos, tendo para isso que adquirir material circulante novo. A CP precisa de novos comboios de longo curso porque os dez pendulares são insuficientes, mas precisa também de material para os regionais, cuja frota está obsoleta, havendo automotoras a circular que têm 60 anos.
Mas o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, não se comprometeu com qualquer anúncio de investimento, limitando-se a referir a remodelação em curso dos pendulares e uma renovação da frota dos comboios da linha de Cascais no valor de sete milhões de euros. Um projecto que, de resto, já está em curso há um ano e que se traduz numa manutenção pesada daquelas unidades.
Sem novidades para apresentar no material circulante, o ministro preferiu falar no plano de investimentos de infraestruturas ferroviários, anunciando que já na próxima semana será lançado o concurso público para a construção da linha Évora-Caia.