Um milhão apreendido no caso do homicídio de empresário de Braga
Corpo da vítima foi dissolvido em ácido sulfúrico, diz Ministério Público. Entre os arguidos há dois advogados.
O Gabinete de Recuperação de Activos da Polícia Judiciária (PJ) arrestou e apreendeu património no valor de cerca de um milhão de euros, no âmbito da investigação ao sequestro e homicídio de um empresário de Braga.
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O Gabinete de Recuperação de Activos da Polícia Judiciária (PJ) arrestou e apreendeu património no valor de cerca de um milhão de euros, no âmbito da investigação ao sequestro e homicídio de um empresário de Braga.
Em comunicado, a Judiciária acrescenta que a foi desenvolvida com vista à identificação, localização e apreensão de activos, cuja proveniência surge de actividade criminosa pela prática de crime de sequestro, homicídio e associação criminosa. A investigação "visou identificar, localizar e apreender património financeiro e imóvel no montante de cerca um milhão de euros, que se encontrava em 24 aplicações financeiras distribuídas por dez instituições bancárias, e património imobiliário na titularidade ou domínio e benefício dos visados".
"Complexa e pormenorizada, a investigação permitiu identificar e localizar valores patrimoniais incongruentes com a actividade lícita dos arguidos”, acrescenta o comunicado. O arresto impedirá os arguidos de não beneficiarem dos lucros auferidos com a alegada prática criminosa.
O sequestro do empresário de Braga teve lugar a 11 de Março de 2016, naquela cidade, tendo-se seguido o seu homicídio. O Ministério Público acusou sete pessoas, entre as quais dois advogados, de dissolverem o corpo em 500 litros de ácido sulfúrico. Os arguidos estão acusados de associação criminosa, furto qualificado, falsificação de documentos, sequestro, homicídio qualificado, profanação de cadáver e incêndio. Três deles vão ainda responder por detenção de arma proibida.
De acordo com a acusação, os sete suspeitos "organizaram-se entre si, criando uma estrutura humana e logística, com o propósito de sequestrar, matar e de fazer desaparecer o cadáver" do empresário. Com isso, pretendiam "impedi-lo de reverter um estratagema" através do qual o património dos pais da vítima, avaliado em cerca de dois milhões de euros, tinha passado para uma sociedade controlada por dois dos arguidos.
Depois de terem monitorizado as rotinas da vítima, quatro dos arguidos dirigiram-se, a 11 de Março de 2016, a Braga, em dois veículos automóveis roubados no Porto, numa empresa de comércio de veículos automóveis.
"Abordaram o empresário por volta das 20h30, meteram-no no interior de um dos veículos automóveis e levaram-no para um armazém, em Valongo, onde o mataram por estrangulamento, acabando por dissolver o cadáver em 500 litros de ácido sulfúrico, já noutro armazém, em Baguim do Monte", acrescenta o comunicado.