Um carvalho-alvarinho é a árvore europeia do ano

Jósef cresce na Polónia e tem mais de 650 anos de história que lhe valeram o prémio. “Estamos à procura das árvores que se tornaram uma extensão da comunidade”, diz a organização

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Um carvalho-alvarinho com cerca de 650 anos é a árvore europeia do ano. O Quercus robur cresce em Wisniowa, no sul da Polónia e foi o vencedor da sétima edição da iniciativa European Tree of the Year (Árvore Europeia do Ano). O anúncio foi feito a 21 de Março, Dia Internacional das Florestas, numa cerimónia no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

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Um carvalho-alvarinho com cerca de 650 anos é a árvore europeia do ano. O Quercus robur cresce em Wisniowa, no sul da Polónia e foi o vencedor da sétima edição da iniciativa European Tree of the Year (Árvore Europeia do Ano). O anúncio foi feito a 21 de Março, Dia Internacional das Florestas, numa cerimónia no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

O carvalho-alvarinho chama-se “Jósef” e recebeu 17 597 votos, ficando à frente de outras 15 árvores espalhadas por toda a Europa (Alemanha, Bélgica, Bulgária, República Checa, Inglaterra, Escócia, Eslováquia, Espanha, Estónia, França, Hungria, Irlanda, Irlanda do Norte, Lituânia e País de Gales).

A escolha do vencedor não se foca na beleza, tamanho ou idade das árvores. Ganha a árvore com melhor história e ligação com a população. “Estamos à procura das árvores que se tornaram uma extensão da comunidade”, diz a organização.

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The Sycamore Gap Tree, candidata de Inglaterra

Jósef tem a sua história interligada com o sítio onde continua a crescer. Reza a lenda que a família Mycielski ficou “tão encantada com a beleza da zona” que decidiu comprar uma mansão a sul do país, região que mais tarde se tornou um centro cultural e intelectual. Durante a Segunda Guerra Mundial, o carvalho serviu de abrigo a uma família de judeus que se escondia dos nazis. Além disso, as notas de 100 zlótis, moeda polaca, têm gravada uma imagem desta árvore, lê-se na descrição no site da iniciativa.

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Brimmon Oak ficou em 2º lugar

O segundo lugar foi também para um carvalho, no País de Gales, com 16 203 votos. O “Brimmon Oak”, no entanto, já recebeu o maior prémio em 2016. O ano passado 5000 pessoas assinaram uma petição pública para ajustar os planos de construção de uma estrada para que passasse mais longe do carvalho e não causasse danos às raízes da árvore que tem mais de 500 anos.

A votação decorreu ao longo do mês de Fevereiro com 125 568 votos que chegaram de toda a Europa.

A escolha da árvore europeia do ano começou em 2011, inspirado num concurso semelhante que já decorria na República Checa há vários anos. Segundo a organização, o objectivo do concurso é “destacar a importância das árvores históricas no património cultural e natural” de um país. “No nosso mundo cada vez mais urbano, as árvores precisam ser celebradas”, disse Karmenu Vella, comissário europeu para o Ambiente na entrega do prémio.

A iniciativa parte da Environmental Partnership Association, que por agora está presente na Bulgária, Eslováquia, Hungria, República Checa, Roménia e Eslováquia e que existe há 25 anos para sensibilizar para a protecção e desenvolvimento sustentável do Ambiente.

O carvalho-alvarinho em português

A nível botânico, Quercos designa todos os carvalhos. Na Europa velha, o mais conhecido é o Quercos robur que em Portugal é conhecido por “carvalho-alvarinho” ou “carvalho-comum”. É uma árvore de folha caduca que tem como fruto a bolota, que apenas começa a ser produzido quando a árvore atinge os 40 anos. O pico de produção dá-se por volta dos 120 anos e há cerca de 10 mil anos o pão era produzido a partir de bolotas trituradas.

Em Portugal, os carvalhais ocupam cerca de 2% das florestas. A madeira desta árvore é usada tanto no mobiliário como na elaboração de cascos para o envelhecimento do vinho, principalmente do vinho do Porto.