Parlamento de Londres de regresso ao trabalho, menos de 24 horas depois do ataque
"O Parlamento vai reunir-se como é habitual; vamos unir-nos como é habitual; e os londrinos e as outras pessoas de todo o mundo que vieram visitar esta grande cidade vão levantar-se e viver o seu dia como é habitual", disse Theresa May
O Parlamento britânico regressou ao trabalho na manhã desta quinta-feira, depois do segundo pior ataque terrorista em Londres em mais de uma década, que provocou quatro mortos, incluindo o atacante.
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O Parlamento britânico regressou ao trabalho na manhã desta quinta-feira, depois do segundo pior ataque terrorista em Londres em mais de uma década, que provocou quatro mortos, incluindo o atacante.
Os deputados – juntamente com as pessoas envolvidas na investigação da cena do crime, no exterior – fizeram um minuto de silêncio quando regressaram, menos de 24 horas depois do ataque que também deixou 29 pessoas no hospital, sete delas com ferimentos graves. A polícia disse que o atacante agiu sozinho e deteve sete pessoas durante a noite.
Em New Palace Yard (a zona que circunda o Palácio de Westminster, onde está o Parlamento), onde o ataque solitário teve a sua conclusão brutal, uma tenda cobria o local onde o polícia morreu. A ambulância que veio socorrê-lo continuava ali, com a porta ainda aberta. Junto dos portões que eram guardados por Kevin Palmer, de 48 anos, 11 investigadores, com fatos de plástico azul-claro, puseram-se de pé em silêncio.
Assim que o minuto terminou, ajoelharam-se em linha e continuaram à procura de impressões digitais nas pedras da calçada.
No interior do Parlamento, as actividades recomeçaram com perguntas ao ministro do Comércio, Liam Fox, e aos restantes ministros. A porta-voz do Partido Nacional Escocês, Tasmina Ahmed-Sheikh, parecia estar a conter as lágrimas ao prestar tributo às vítimas, antes de fazer a sua pergunta.
Na quarta-feira, o ataque encerrou o Parlamento, deixando centenas de deputados e funcionários fechados no interior durante horas. Theresa May estava no vestíbulo da Câmara dos Comuns antes de ser levada num Jaguar para um lugar seguro.
Um automóvel colidiu contra o gradeamento no exterior do Parlamento depois de atropelar vários peões na Ponte de Westminster. De seguida, um homem armado com uma faca atravessou o portão a correr, atacou Palmer, e foi alvejado. Os mortos incluem as pessoas que estavam na ponte e entre os feridos há estudantes franceses.
“A localização deste ataque não foi acidental,” disse May, vestida de preto e com a voz trémula, no exterior da sua residência, que fica a dez minutos a pé do local. “Os terroristas decidiram atacar o coração na nossa capital.”
O ataque chega no meio de um clima de incerteza política e económica em relação aos planos para dar início à saída da União Europeia, na próxima semana. Este é o maior ataque terrorista em Londres desde o bombardeamento múltiplo da rede de transportes em 2005 e atinge um lugar simbólico – embora altamente protegido – no centro de Londres.
Fazia exactamente um ano desde o pior ataque terrorista na história da Bélgica, que causou 32 mortos e mais umas centenas de feridos. O ataque também teve as características de vários atentados semelhantes que ocorreram em outras cidades europeias, em que foram utilizados veículos para ceifar peões. E ocorreu no dia a seguir ao Reino Unido se ter unido aos EUA para revelar novas medidas de segurança que proíbem o uso de computadores portáteis em voos para alguns países do Médio Oriente.
O último grande ataque terrorista no Reino Unido aconteceu em Julho de 2005, quando quatro radicais islâmicos atacaram durante a hora de ponta matinal, matando 52 civis. Mais recentemente, em Junho de 2016, a deputada trabalhista Jo Cox foi assassinada por um extremista de direita e, em Maio de 2013, um soldado britânico foi morto à facada por dois homens no exterior do seu quartel no Sul de Londres.
A polícia britânica deteve números recorde de suspeitos de actividades terroristas desde que a ameaça terrorista no país foi colocada no segundo nível mais elevado, em Agosto de 2014. Rowley disse que vai haver mais polícias, armados e não armados, a patrulhar as ruas de Londres e que, se necessário, o exército será chamado. O nível de alerta não se alterou.
May usou um tom de desafio na sua comunicação ao país, incentivando as pessoas a seguir em frente.
“Amanhã de manhã, o Parlamento vai reunir-se como é habitual; vamos unir-nos como é habitual; e os londrinos e as outras pessoas de todo o mundo que vieram visitar esta grande cidade vão levantar-se e viver o seu dia como é habitual,” disse. “Vão entrar nos comboios, vão sair dos hotéis, vão andar pelas ruas, vão viver a vida e vamos seguir em frente juntos, sem nunca ceder perante o terrorismo.”