Seca na Somália mata 26 pessoas à fome em 36 horas
No início do mês morreu mais de uma centena de pessoas pelo mesmo motivo. ONU diz que há seis milhões de pessoas a precisar de ajuda
A seca extrema na região de Jubaland, no sul da Somália, continua a fazer vítimas. Nas últimas 36 horas, morreram pelo menos 26 pessoas à fome, segundo a estação governamental Radio Mogadishu, citada pela BBC. No início do mês, as autoridades daquele país já tinham reportado mais de 100 mortes, num período de 48 horas, pelo mesmo motivo. O Governo somali decretou então o estado de calamidade nacional e as Nações Unidas já alertaram para a necessidade de ajuda externa àquele país.
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A seca extrema na região de Jubaland, no sul da Somália, continua a fazer vítimas. Nas últimas 36 horas, morreram pelo menos 26 pessoas à fome, segundo a estação governamental Radio Mogadishu, citada pela BBC. No início do mês, as autoridades daquele país já tinham reportado mais de 100 mortes, num período de 48 horas, pelo mesmo motivo. O Governo somali decretou então o estado de calamidade nacional e as Nações Unidas já alertaram para a necessidade de ajuda externa àquele país.
A rádio somali cita o ministro do Interior da região Jubaland e líder do Comité para a Seca, Abdirahman Mohamed Hussein, que apela a ajuda de emergência para fazer frente à situação. A seca na Somália secou rios e poços e provocou a morte de gado e plantações, deixando a população quase sem água ou alimentos.
A crise já provocou uma massiva saída de população em direcção à capital do país, Mogadíscio. As autoridades estimam que haja pelo menos nove mil deslocados, mas o número tem tendência a aumentar. O secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, visitou o país este mês e apontou um número à volta de seis milhões de pessoas – cerca de dois terços da população do país – em situação de risco e a necessitar de ajuda urgente.
As Nações Unidas já alertaram que o mundo está a viver a maior crise humanitária desde a criação da ONU, em 1945. Há 20 milhões de pessoas em situação de fome em países como Iémen, Somália, Sudão do Sul e Nigéria.
Além da ajuda das Nações Unidas e das organizações humanitárias, os somalis podem contar em breve com ajuda de algumas “estrelas” internacionais. O actor norte-americano Ben Stiller reuniu um conjunto de figuras mediáticas, como as actrizes Emma Watson e Alyssa Milano ou o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton, para conseguir doações de quase dois milhões de dólares (1,85 milhões de euros) na última semana. Segundo a BBC, o primeiro voo com cerca de 60 toneladas de comida será envido para a Somália na próxima segunda-feira. A ajuda humanitária será distribuída pelo Comité Americano para os Refugiados.