Conteúdo extremista afasta grandes anunciantes do Google
Os anúncios de bancos e empresas de telecomunicações estavam a ser automaticamente associados a vídeos extremistas, como os do Ku Klux Klan.
Vários anunciantes pediram para retirar os seus anúncios de páginas do Google e do YouTube por terem sido associados a conteúdos extremistas e racistas. As últimas empresas a dispensar a publicidade do Google foram a televisão Sky, a Vodafone e três grandes bancos no Reino Unido: o HSBC, o Lloyds e o Royal Bank of Scotland. Matt Brittin, representante do Google para a Europa, o Médio Oriente e África já pediu desculpa pelo sucedido durante a Advertising Week Europe, que arrancou esta segunda-feira em Londres.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Vários anunciantes pediram para retirar os seus anúncios de páginas do Google e do YouTube por terem sido associados a conteúdos extremistas e racistas. As últimas empresas a dispensar a publicidade do Google foram a televisão Sky, a Vodafone e três grandes bancos no Reino Unido: o HSBC, o Lloyds e o Royal Bank of Scotland. Matt Brittin, representante do Google para a Europa, o Médio Oriente e África já pediu desculpa pelo sucedido durante a Advertising Week Europe, que arrancou esta segunda-feira em Londres.
Estas cinco empresas juntam-se a uma lista que já conta com nomes como a McDonald’s, a L’Oreal, a Audi, a Argos, a BBC e o The Guardian. Todas estas organizações retiraram os seus anúncios das plataformas Google assim que repararam que estavam a ser associados a vídeos com conteúdo extremista, como os discursos de ódio do antigo líder Ku Klux Klan David Duke.
O Google põe anúncios nos vídeos para poder pagar a quem os publica. Por cada mil visualizações, a empresa de Silicon Valley oferece uma quantia que varia entre os 0,60 dólares (aproximadamente 0,55 euros) e 5 dólares (aproximadamente 4,65 euros). De acordo com as contas do Guardian, estima-se que estes vídeos tenham rendido aos extremistas cerca de 250 mil libras, ou seja, cerca de 288 mil euros.
Várias empresas públicas, como a Transport for London, e departamentos do governo do Reino Unido já anunciaram que vão suspender a distribuição da publicidade através das plataformas Google. Numa carta para a empresa a que o Guardian teve acesso, a deputada britânica Yvette Cooper, trabalhista, acusou a empresa de “lucrar com o ódio”.
De acordo com o diário britânico, o Governo do Reino Unido disse estar preocupado com o facto de os anúncios pagos com dinheiro dos contribuintes estarem a aparecer associados a vídeos “desadequados”. Numa reunião com o Governo na semana passada, os executivos do Google pediram desculpa e comprometeram-se a apresentar, no final desta semana, um plano para remediar o problema.
Também na semana passada, o Havas Group UK decidiu retirar os anúncios dos seus clientes das plataformas associadas ao Google. A multinacional da área da publicidade trabalha com as empresas de telecomunicações O2, de electricidade EDF, Royal Mail, Dominos, Emirates e com o grupo Hyundai Kia. O responsável pelo Havas Group no Reino Unido, Paul Frampton, afirmou que os acordos foram suspensos porque “o Google não garante que os anúncios publicitários sejam apresentados com a rapidez suficiente e com todos os filtros adequados”.
Outras grandes agências de publicidade, como a Publicis e a WPP (através do GroupM), já decidiram rever a sua relação com o Google. Rob Norman, do GroupM, disse à Sky News que perguntou aos seus principais clientes se queriam continuar a anunciar nestas plataformas.
Ronan Harris, representante máximo do Google no Reino Unido, disse na semana passada que a empresa tinha ouvido todos os publicitários e agências “a alto e bom som”, para que seja possível dar-lhes “uma forma mais simples e robusta de impedir que os seus anúncios apareçam em conteúdo controverso”, disse ao Guardian.
Na Advertising Week, Matt Brittin afirmou que queria aproveitar a oportunidade “para pedir desculpa a todos os afectados”, cita o Guardian. Acrescentou que a empresa está a trabalhar em novas formas de melhorar o posicionamento da publicidade (“precisamos de fazer isso, claramente”). No entanto, não revelou de que forma o vai fazer e recusou-se a dizer se ia fazer mais do que rever o conteúdo assinalado como "impróprio" pelos utilizadores.