Mais de um quarto dos cheques-dentista não foi usado

Em oito anos desperdiçaram-se cerca de um milhão de vales para consultas de medicina dentária. Programa já abrangeu mais de 2,5 milhões de pessoas.

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Carlos Manuel Martins / PUBLICO

Mais de um milhão de cheques-dentista emitidos desde a criação do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO), em 2008, não chegaram a ser utilizados pelos seus beneficiários. Os maiores desperdícios neste apoio do Estado registam-se nas faixas etárias mais jovens.

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Mais de um milhão de cheques-dentista emitidos desde a criação do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO), em 2008, não chegaram a ser utilizados pelos seus beneficiários. Os maiores desperdícios neste apoio do Estado registam-se nas faixas etárias mais jovens.

As contas são feitas pelo Jornal de Notícias na sua edição desta segunda-feira. Nos oito anos desde a criação do PNPSO foram emitidos 4,3 milhões de cheques-dentista. Estes vales no valor de 35 euros têm o nome do seu beneficiário, mas são pagos directamente aos médicos especialistas e clínicas. No mesmo período, foram usados mais de 3,2 milhões de vales para consultas de medicina dentária. Em sentido, contrário, 1,14 milhões de cheques não chegaram a ser utilizados. O total de vales desperdiçados corresponde a 27% do total de apoios concedidos ao abrigo deste programa nacional.

Ainda de acordo com o mesmo jornal, os vales para consultas de medicina dentária são atribuídos mais frequentemente a crianças e jovens. Estes são também os grupos onde há maior desperdício de cheques-dentista. A falta de tempo dos pais para acompanharem os filhos nas idas ao dentista é apontada como uma das razões para este desaproveitamento.

O cheque-dentista é disponibilizado, desde 2008, a crianças e jovens, a grávidas, a idosos e a doentes com VIH/Sida. Desde a sua criação, abrangeu mais de 2,5 milhões de pessoas, com um orçamento anual de 18 milhões de euros. A partir de Março do ano passado, este programa abrange também jovens de 18 anos que tenham concluído o plano de tratamentos aos 16 anos.

Todavia, o recente alargamento aos adolescentes ainda não teve grande impacto: apenas 38% dos jovens com 16 anos utilizaram os vales que lhes permitem recorrer a consultórios privados e só 43% dos que têm 18 anos beneficiaram desta possibilidade, como noticiava o PÚBLICO em Dezembro passado.