UE acusa responsáveis sírios de ataques com gás de cloro

Peritos internacionais concluíram que forças leais a Assad foram responsáveis por três ataques com gás de cloro contra diferentes cidades sírias. Sanções bloqueadas na ONU avançam agora na União Europeia.

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Peritos em armas químicas da ONU numa missão perto de Damasco, em 2013 Mohamed Abdullah/Reuters

A União Europeia (UE) decidiu “acrescentar quatro militares de alta patente à sua lista de pessoas do regime sírio visadas por medidas restritivas”, informou num comunicado o bloco de países. Estes responsáveis são acusados de “utilizarem armas químicas contra a população civil”, tratando-se da primeira vez que Bruxelas decide sanções contra membros do regime de Bashar al-Assad por recurso a gás de cloro.

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A União Europeia (UE) decidiu “acrescentar quatro militares de alta patente à sua lista de pessoas do regime sírio visadas por medidas restritivas”, informou num comunicado o bloco de países. Estes responsáveis são acusados de “utilizarem armas químicas contra a população civil”, tratando-se da primeira vez que Bruxelas decide sanções contra membros do regime de Bashar al-Assad por recurso a gás de cloro.

Os nomes dos responsáveis só serão conhecidos na terça-feira, quando a decisão for oficialmente publicada, mas sabe-se que serão proibidos de viajar no espaço europeu e de aceder a bens ou contas bancárias em qualquer dos 28 estados membros.

Depois do ataque de com gás sarin contra Ghuta, um subúrbio de Damasco, em Agosto de 2013 – segundo um relatório das Nações Unidas, morreram mais de 1400 pessoas, incluindo 400 crianças –, a Síria aceitou integrar a Convenção da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ). Para evitar a intervenção militar que Barack Obama, então Presidente dos Estados Unidos, prometera se fossem usadas armas químicas contra civis, Assad aceitou visitas de inspectores da OPAQ que destruíram os equipamentos necessários à produção destes químicos, assim como os stocks que entraram.

Segundo diferentes organização de direitos humanos que tentam investigar as denúncias de recurso a químicos no conflito, foi então que o regime começou a recorrer a gás de cloro, um gás cuja utilização como arma de guerra está proibida mas que não pode ser banido por ser várias utilizações industriais.

Em Fevereiro, a Human Rights Watch divulgou um relatório em que documentava pelo menos oito situações em que o regime tinha recorrido a gás de cloro só em Alepo, entre 17 de Novembro e 13 de Dezembro de 2016. Desde 2014, a mesma organização regista 24 ataques com gás de cloro no país, mas Ole Solvang, vice-director da divisão de emergências da ONG, diz que o número deve ser muito maior.

Numa anterior missão na Síria, os especialistas da OPAQ encontraram provas "convincentes" de que o gás de cloro era usado "sistematicamente". A investigação que está na base da decisão da UE foi realizada pela própria OPAQ em colaboração com a ONU. Os peritos concluíram que forças leais a Assad foram responsáveis por pelo menos três ataques com gás de cloro contra diferentes cidades sírias do Norte da Síria “entre Abril de 2014 e Setembro de 2015” e confirmaram ainda que os combatentes do Daesh tinham recorrido a gás mostarda num ataque. Argumentando que isso prejudicaria os esforços de negociação em curso para pôr fim ao conflito, Moscovo e Pequim bloquearam uma tentativa dos EUA, do Reino Unido e da França para impor sanções na ONU.