Um exame PET ao corpo inteiro de uma só vez? Espere por 2018

O primeiro protótipo de um equipamento para tomografias por emissão de positrões (PET, na sigla em inglês) ao corpo inteiro que vai permitir fazer exames mais rápidos, mais seguros e mais eficazes na detecção do cancro e dos efeitos dos fármacos.

Foto
O tradicional equipamento para PET e o futuro Explorer para o corpo inteiro S. R. Cherry et al./Science Translational Medicine

Os investigadores acreditam que estão prestes a dar um passo que vai revolucionar a área da imagem e investigação biomédica. O novo equipamento para tomografias por emissão de positrões (PET, na sigla em inglês) demorou dez anos a conceber e terá o tamanho e a capacidade necessária para fazer um exame ao corpo inteiro de uma pessoa. O primeiro protótipo do Explorer (Extreme Performance Long Research Scanner) deverá ser testado pela primeira vez no final de 2018.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os investigadores acreditam que estão prestes a dar um passo que vai revolucionar a área da imagem e investigação biomédica. O novo equipamento para tomografias por emissão de positrões (PET, na sigla em inglês) demorou dez anos a conceber e terá o tamanho e a capacidade necessária para fazer um exame ao corpo inteiro de uma pessoa. O primeiro protótipo do Explorer (Extreme Performance Long Research Scanner) deverá ser testado pela primeira vez no final de 2018.

Para a maioria das pessoas pode parecer estranho que alguém injecte propositadamente materiais radioactivos no seu corpo. Porém, é isso que acontece num exame PET que usa o rasto deixado por partículas radioactivas para conseguir imagens do nosso corpo que permitem diagnosticar doenças como o cancro. Os actuais equipamentos são preciosos para diversos tipos de exame, mas têm algumas limitações, nomeadamente relacionadas com as radiações emitidas, a nitidez e a abrangência das imagens.

Simon Cherry e Ramsey Badawi, dois bioengenheiros da Universidade de Califórnia (EUA), trabalharam durante uma década para ultrapassar algumas das limitações das PET e publicaram esta semana um artigo na revista Science Translational Medicine sobre o projecto. Falam de uma revolução que vai transformar este tipo de exames de imagens e a investigação biomédica e mostram um vídeo sobre o plano.

Os investigadores que lideram o consórcio Explorer acreditam que o novo equipamento vai aumentar a capacidade de perceber o que acontece no corpo com imagens mais nítidas e com a possibilidade de examinar a forma como o organismo responde aos fármacos. “Com o scanner de corpo inteiro, estamos a cercar o corpo com detectores, que param a radiação que nos actuais equipamentos é emitida em várias direcções e transformam-na em sinal. Isso dá-nos um enorme impulso”, refere Ramsey Badawi numa entrevista à Science, adiantando que o novo equipamento vai permitir diminuir muito a dose de radiação e obter um sinal mais nítido.

Este equipamento deverá também permitir uma avaliação mais precisa e detalhada da extensão de cancros, bem como do efeito das terapias em várias zonas do corpo. E quanto vai custar este avanço da tecnologia? Os investigadores ainda não sabem, mas adiantam que o protótipo, com cerca de dois metros de comprimento, custará entre três a cinco vezes mais do que um equipamento tradicional para a PET.